A Justiça Federal no Rio de Janeiro negou nesta sexta-feira, 22, habeas corpus pedido em favor do ex-presidente do Paraguai Horácio Cartes, cuja ordem de prisão preventiva foi expedida em 13 de novembro pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.
Cartes é um dos alvos da Operação Patron, deflagrada pelo Ministério Público Federal no Rio de Janeiro (MPF-RJ) na última terça-feira, 19, com o objetivo de executar 20 prisões. Os alvos são pessoas investigadas por corrupção, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa. Cartes é acusado de auxiliar o doleiro Dario Messer a se manter foragido de maio de 2018 até 31 de julho passado, quando foi detido em São Paulo. Cartes mora no Paraguai e não se apresentou à Justiça.
O pedido de habeas corpus foi apresentado por Jacinto Coutinho ao Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) e julgado pelo juiz federal Gustavo Arruda Macedo, convocado para atuar nesse tribunal. Ele indeferiu o pedido alegando que o esquema do qual Cartes faria parte "logrou êxito em manter por tempo significado Dario Messer em liberdade" e que Cartes "teria mantido contato com Messer no período em que este esteve foragido". Para o magistrado, a situação "não permite afastar, de plano, a existência de risco à aplicação da lei penal" que significaria a revogação da ordem de prisão de Cartes.
A reportagem não conseguiu localizar a defesa do ex-presidente do Paraguai, na noite desta sexta-feira, para que se pronuncie sobre a decisão do TRF-2.