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Novos protestos no centro de Beirute deixam pelo menos 30 feridos

18 jan 2020 às 15:18

A polícia de choque do Líbano utilizou gás lacrimogêneo e canhões de água neste sábado para dispersar manifestantes que protestavam contra a elite política libanesa nos arredores do parlamento na capital.

A confusão teve início quando alguns manifestantes começaram a atirar pedras contra policiais perto do prédio do Parlamento, enquanto outros manifestantes removiam placas de rua e barras de metal para arremessá-las contra as forças de segurança. Os manifestantes também atiraram fogos de artifício contra os policiais.

O tumulto ocorreu na região central de Beirute, e centenas de manifestantes começaram a chegar de três partes diferentes da cidade para se unir ao grupo.

A Cruz Vermelha libanesa disse ter levado 30 pessoas para hospitais, enquanto outros 45 foram tratados no local.

Nos últimos três meses, o Líbano tem testemunhado protestos contra a elite política libanesa que tem governado o país desde o final da guerra civil (que ocorreu entre 1975-1990). Os manifestantes culpam os políticos pela corrupção generalizada e má gestão do país. Os manifestantes chamaram por novos protestos na tarde deste sábado sob o lema "nós não vamos pagar por isso" em referência a dívida do país, que está em aproximadamente US$ 87 bilhões, ou mais de 150% do PIB.

A agitação social tem crescido nos últimos tempos, com a moeda local, atrelada ao dólar por mais de duas décadas, perder mais de 60% de seu valor nas últimas semanas. A economia segue estagnada e a entrada de capital estrangeiro secou no país já endividado e dependente das importações.

Ao mesmo tempo, os bancos começaram a impor controles informais de capital, limitando a retirada de dólares e transferências para o exterior. No início desta semana, manifestações já resultaram em atos de vandalismo em uma das principais áreas comerciais de Beirute, tendo como alvo os bancos privados.

Além disso, o Líbano está sem governo desde que o primeiro-ministro Saad Hariri renunciou em 29 de outubro, atendendo a uma demanda importante dos manifestantes. A expectativa era de que o primeiro-ministro Hassan Diab anunciasse os membros do novo gabinete na sexta-feira, mas sua iniciativa fracassou em meio à disputas entre facções políticas. Fonte: Associated Press.