A polícia de Hong Kong invadiu nesta segunda-feira, 18 (noite de domingo pelo horário de Brasília) brevemente o câmpus da Universidade Politécnica na área de Kowloon que tinha sido ocupado por manifestantes contrários ao governo, jogando bombas de gás lacrimogêneo contra os estudantes que tentavam escapar e fazendo prisões. Mas teve de recuar quando os estudantes atearam fogo a uma barricada e lançaram coquetéis molotov.
Muitos estudantes escalaram as grades da universidade para entrar novamente e não serem presos. Momentos antes, o diretor da universidade, Jin-Guang Teng, tinha dito aos manifestantes que a polícia tinha concordado em suspender o uso da força após uma noite de confrontos, nos quais os jovens usaram coquetéis molotov e até flechas, que acabaram ferindo um agente na perna.
A polícia ameaçou responder com munição real se manifestantes continuassem usando armas letais e cometessem outros atos de violência. A corporação divulgou no domingo uma nota pedindo aos manifestantes que parem de usar armas letais para atacar policiais.
Um veículo blindado da polícia foi incendiado por coquetéis molotov quando tentava liberar o acesso a uma ponte ocupada por militantes perto da universidade. As forças de segurança usaram jatos d'água e gás lacrimogêneo contra os manifestantes.
Desde junho Hong Kong é cenário de um movimento sem precedentes contra a interferência de Pequim no território semiautônomo de 7,5 milhões de habitantes. A crise entrou em uma nova fase esta semana, mais radical, com a adoção pelos manifestantes de uma estratégia que consiste em multiplicar os bloqueios e os atos de vandalismo, com o objetivo de testar a capacidade da polícia.
A mobilização pró-democracia começou em junho com a rejeição a um projeto de lei que autorizaria extradições à China. O texto foi retirado em setembro, mas os manifestantes ampliaram suas reivindicações, que incluem o sufrágio universal. (Com agências internacionais)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.