O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Mark Esper, qualificou neste sábado a China como uma ameaça crescente à ordem mundial - dizendo que a nação mais populosa do mundo rouba o conhecimento ocidental, intimida os vizinhos menores e busca "vantagem por qualquer meio e a qualquer custo". Crítico frequente da China, Esper usou o discurso em uma conferência sobre segurança internacional em Munique, na Alemanha, para fazer a condenação mais abrangente até o momento do país comunista que, segundo ele, está no topo da lista de potenciais adversários do Pentágono, seguido pela Rússia, por "Estados desonestos" como Coreia do Norte e Irã e por ameaças contínuas de grupos extremistas.
"O Partido Comunista Chinês está caminhando ainda mais rápido e mais longe na direção errada - mais repressão interna, mais práticas econômicas predatórias, mais mão pesada, e o mais preocupante para mim, uma postura militar mais agressiva", disse Esper.
O secretário enfatizou que os EUA não querem conflitos com a China e observou que o governo norte-americano forneceu suprimentos médicos para ajudar o país asiático a combater um surto de coronavírus que já infectou mais de 67 mil pessoas. Ainda assim, ele disse que Pequim deixou claras suas intenções de longo prazo e que a Europa e o restante do mundo devem "acordar" para as ameaças que a China representa.
"O Partido Comunista e seus órgãos associados, incluindo o Exército de Libertação Popular, estão cada vez mais operando em teatros fora de suas fronteiras, incluindo a Europa, e buscando vantagens por qualquer meio e a qualquer custo", ressaltou. "Embora muitas vezes duvidemos da transparência e franqueza de Pequim, quando se trata dos seus objetivos de segurança, devemos levar o governo chinês pelas suas palavras. Eles disseram que até 2035 a PRC (sigla em inglês para República Popular da China) pretende concluir a sua modernização militar e, até 2049, pretende dominar a Ásia como o poder militar global proeminente."
Com palavras que ecoaram as críticas do governo Trump ao Irã, Esper
disse que a China reprime seu povo e ameaça seus vizinhos. "Queremos que a China se comporte como um país normal", disse Esper. "E isso significa que o governo chinês precisa mudar suas políticas e
comportamentos." Fonte: Associated Press.