Depois de um final de semana jogando golfe, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dedicou sua atenção nesta segunda-feira, 27, ao "grande respeito" que existe entre Washington e Pyongyang e à possibilidade de diálogo com o Irã.
"Pessoalmente, acredito que muitas coisas boas sairão da Coreia do Norte. É algo que sinto. Posso estar certo ou errado. Percorremos um longo caminho", afirmou Trump, em referência aos encontros que manteve com o líder norte-coreano, Kim Jong-un, nos quais faltaram acordos claros sobre as armas nucleares do país asiático.
Trump voltou a minimizar a importância dos últimos testes com mísseis balísticos feitos por Pyongyang, dizendo que o país asiático não fez testes nucleares nem de mísseis de longo alcance. "(Kim) Sabe que, com armas nucleares, só podem ocorrer coisas ruins. Ele é um homem muito inteligente e entende bem."
No início de maio, a Coreia do Norte retomou os lançamentos de mísseis de curto e médio alcance, o que colocou a comunidade internacional em alerta. Trump, entretanto, minimizou a situação, dizendo no Twitter que a Coreia do Norte havia lançado "algumas pequenas armas".
Já em relação ao Irã, Trump, de maneira inesperada, sinalizou que está aberto ao diálogo com os dirigentes iranianos, depois de meses de ameaças. "Acredito que o Irã gostaria que conversássemos. E se quiserem conversar, conversaremos." Mais tarde, Trump afirmou que não está em busca de um novo regime no Irã, mas sim do fim das armas nucleares.
Para conseguir chegar a um acordo com o Irã, o americano espera que o Japão seja o mediador. "Veremos o que acontece. Sei que o primeiro-ministro (do Japão, Shinzo Abe) é próximo dos líderes iranianos. Ninguém quer que nada terrível aconteça, especialmente eu."
Viagem ao Japão
Em viagem oficial a Tóquio, Trump deve manter um encontro de alto nível com Shinzo Abe, no qual as principais pautas são a relação comercial entre Japão e Estados Unidos e a questão da Coreia do Norte.
Os Estados Unidos estão buscando acesso ao mercado de carne bovina, suína e trigo. Enquanto o Japão está ampliando seu mercado nesses setores com produtos da Austrália e Nova Zelândia, devido ao acordo Transpacífico.
Em contrapartida, o Japão está pedindo para que os Estados Unidos baixem as tarifas aos produtos japoneses, incluindo veículos, uma das principais exportações.
Nesta segunda-feira, Trump se tornou o primeiro mandatário estrangeiro a se encontrar com o novo imperador japonês, Naruhito. (Com agências internacionais).