Mundo

Trump pressiona governadores por abertura

18 abr 2020 às 07:54

Quando a Casa Branca apresentou o plano para afrouxar as medidas de isolamento nos EUA, na quinta-feira, Donald Trump parecia estar dando um passo atrás. Apesar de propor um cronograma de retomada, ele abriu mão do discurso de que teria "autoridade total" e disse a governadores que caberia a eles decidir quando retomar as atividades. Ontem, porém, Trump partiu de novo para o confronto e passou a apoiar protestos contra o isolamento que foi imposto pelos Estados.

"Liberem Minnesota!", escreveu Trump no Twitter, emendando duas postagens com o mesmo tom sobre Michigan e Virgínia. As publicações são um apoio do presidente a manifestantes dos três Estados que pedem o fim das medidas de distanciamento social.

Pouco antes, a emissora Fox News, com linha editorial favorável ao governo, mostrou cenas de protestos em frente à residência do governador de Minnesota e de moradores de Michigan contestando as ordens estaduais de reclusão.

O apoio contradiz o que o próprio presidente vem pedindo há um mês: que a sociedade obedeça as medidas de distanciamento. Em Michigan, não há sinal de que a situação permita a retomada das atividades neste momento, segundo especialistas. Com 30 mil casos, é o quarto Estado dos EUA com mais infectados e o terceiro com mais mortes, com relatos de pacientes que morreram nos corredores de hospitais superlotados de Detroit.

Dos 50 Estados americanos, 43 têm ordens restritivas, mas Trump criticou três Estados chefiados por governadores democratas e relevantes na contagem de votos do colégio eleitoral - que decide a eleição presidencial de novembro. Vencer em Michigan e Minnesota é crucial para uma vitória.

Com uma plataforma política calcada no bom desempenho econômico, Trump se vê pressionado pela recessão causada pela pandemia. Ao menos 22 milhões de novos desempregados foram registrados nos EUA nas últimas quatro semanas.

Além disso, o presidente vem sendo responsabilizado por não ter respondido rapidamente à pandemia. Depois de ter recuperado bastante sua popularidade, em meados de março, sua aprovação passou a cair na última semana, de acordo com pesquisas.