A Turquia confirmou neste domingo, 1, o lançamento de uma grande ofensiva militar contra a Síria. A operação "Escudo da Primavera" é uma resposta aos ataques das forças do ditador sírio, Bashar Assad, que mataram 33 soldados turcos na semana passada na Província de Idlib. Como sinal da intensificação dos combates, dois aviões sírios e um drone turco foram abatidos.
Em busca de apoio para a ofensiva militar, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, abriu temporariamente suas fronteiras para a passagem de imigrantes para a Europa. Grécia e Bulgária enviaram reforço para impedir a entrada de refugiados. Ontem, o governo grego anunciou que 10 mil imigrantes foram impedidos de cruzar a fronteira.
Com o apoio da Força Aérea da Rússia, a Síria vem retomando o território perdido durante a guerra civil, que começou em 2011. O último reduto dos dissidentes que tentam derrubar Assad, com apoio turco, fica na Província d e Idlib. A ofensiva da Turquia, portanto, causou um atrito entre Ancara e Moscou.
No sábado, Erdogan pediu a Vladimir Putin que "saia do caminho" da Turquia na Síria e garantiu que o regime sírio "pagará o preço" por seus ataques. Segundo a imprensa turca, os dois devem se reunir em Moscou, na quinta-feira, para discutir a crise.
Ontem, o editor e três colaboradores na Turquia do veículo de comunicação russo Sputnik, financiado pelo Kremlin, foram presos pelas autoridades turcas. Moscou apelou a Ancara para "intervir e garantir a segurança dos jornalistas", que foram libertados em seguida.
Tragédia
Além da ameaça de um conflito direto entre tropas de Rússia e Turquia, que é membro da Otan, a escalada em Idlib aumentou os temores da comunidade internacional de um a nova catástrofe humanitária. Desde dezembro, quase um milhão de pessoas foram deslocadas na região, um êxodo de escala sem precedentes em tão pouco tempo da guerra, que já matou mais de 380 mil pessoas. (Agências Internacionais)