Paraná

Primeira-dama de Curitiba, Margarita Sansone morre aos 79 anos

20 ago 2024 às 16:02

A primeira-dama de Curitiba, Margarita Sansone, morreu nesta terça-feira (20) aos 79 anos. Margarita estava internada em estado grave no Hospital São Marcelino Champagnat, segundo informou o prefeito da capital paranaense, Rafael Greca (PSD), na manhã da última sexta-feira (16). Ela faleceu em decorrência de um linfoma, segundo a assessoria da Prefeitura de Curitiba.


“Com profundo pesar e meu coração curitibano dilacerado, cumpro o doloroso dever de comunicar a passagem de minha amada † Margarita Elisabeth Pericás Sansone de Macedo. Que os Anjos e os Santos A acompanhem com cânticos de glória até a cidade Santa de Jerusalém. Que o bem infinito que ela desejou aos Curitibinhas, suas famílias e, principalmente, aos mais vulneráveis seja o tom dessa sua despedida. Viverá para sempre em mim e em todos que a amam”, escreveu Greca em uma rede social nesta terça (20).


O mandatário, porém, não revelou o que levou a primeira-dama a ser internada.


De acordo com Greca, o hospital onde Margarita estava internada iria divulgar um boletim médico sobre o estado de saúde dela nas horas seguintes. No entanto, nenhum boletim havia sido divulgado desde então.


“Informações sobre o estado de saúde serão divulgadas em boletins com autorização da família”, disse a assessoria do hospital à Banda B na sexta-feira.


A primeira-dama estava internada desde o início de agosto.


“A missa será amanhã (21), às 15h, no Memorial de Curitiba, e, na sequência, será sepultada no túmulo da família Bernardo Pericás Moya, no Cemitério Municipal São Francisco de Paula”, disse o prefeito sobre o sepultamento do corpo da esposa.



Superação da Covid


Em 2020, a primeira-dama e o prefeito de Curitiba foram internados no Hospital Nossa Senhora das Graças após serem diagnosticados com Covid-19. Margarita permaneceu no hospital durante cerca oito dias.


Trajetória


Margarita Elizabeth Pericás Sansone nasceu no dia 7 de junho de 1945, em Curitiba. Batizada na Catedral dedicada à Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, era filha de Margarita Fany Araceli Pericás Sansone e do médico Francisco Sansone. Na infância, se dividia entre a casa dos pais e dos avós, os catalães dona Paquita e o doutor Bernardo Pericás Moyá, atencioso médico e primeiro oftalmologista de Curitiba, que moravam na Rua XV, no Centro.


Era prima do embaixador Bernardo Pericás, que fez importante carreira no Itamaraty. Na juventude, Margarita conheceu o então acadêmico em Economia e Engenharia, Rafael Greca de Macedo, com quem viria a se casar em 1º de setembro de 1992. A cerimônia se deu na capela do Palácio Episcopal de Curitiba, residência do arcebispo Dom Pedro Fedalto, que foi padrinho do casamento, bem como na presença do cônego Aleixo de Souza.


Jornalista e escritora, Margarita foi fundadora e primeira presidente da Fundação de Ação Social (FAS). Margarita Sansone foi referência e pioneira em várias áreas, desde o social ao cultural, passando pelo jornalismo, circulando com desenvoltura por onde passou. Jornalista e escritora, Margarita foi fundadora e primeira presidente da Fundação de Ação Social (FAS). Poliglota, falava inglês, espanhol, francês, catalão e italiano (a língua de seus avós Bamonte Sansone).


Nos últimos oito anos, ao lado do prefeito Rafael Greca, como primeira-dama de Curitiba, Margarita foi sempre um ponto de inspiração e de novas ideias para o prefeito. Margarita deixou sua presença marcada pelo carisma e sensibilidade. Dedicou-se à poesia, à crônica e ao jornalismo, mantendo uma coluna semanal em vários jornais de Curitiba durante vários anos.


Era contemporânea e colega de artistas, intelectuais e jornalista da capital, de renomes nacionais, como Paulo Leminski, Paulo Vítola, Adherbal Fortes de Sá Júnior, Mussa José Assis, Manoel Carlos Karam e Eddy Antônio Franciosi. Arquitetos como Rodolpho Doubek, Oscar Mueller e Júlio Pechmann também integravam seu círculo de amigos.


Esteve ao lado e foi inspiração para o prefeito Rafael Greca em toda a trajetória política dele, como vereador, deputado estadual e deputado federal, secretário de Estado do Paraná e ministro de Estado do governo Fernando Henrique Cardoso, bem como nas três gestões de Greca como prefeito de Curitiba (1993-1996 / 2017-2020 / 2021-2024).


Devota, visitou 18 vezes o Santo Papa João Paulo II, no Palácio Apostólico do Vaticano, por quem o casal tinha profunda admiração.