O júri popular do caso da morte de Matheus Evangelistas ainda está acontecendo desde as 9h desta terça-feira (3), em Londrina. Desde cedo, familiares e representantes de movimentos sociais levaram faixas e cartazes em frente ao Fórum e pedem por justiça.
O réu, ex-guarda municipal Fernando Ferreira das Neves, responde por homicídio qualificado e fraude processual. Ele é acusado de ter disparado o tiro que atingiu Matheus no pescoço.
“Em momento nenhum do processo aponta pra que eu tenha feito disparo. E como já falei outras vezes, eu não efetuei disparo. Não tem como ter provas que apontem para minha autoria. Eu sou inocente e vou provar isso”, disse o acusado.
A tese defendida pela defesa é a de que outro guarda municipal, Michael Garcia, teria disparo o tiro que matou o jovem. “A perícia comprovou que possa ter havido um disparo de onde estava o pessoal em direção aos guardas, e aí elegeram um. É o que vou tentar demonstrar. Não temos uma testemunha que diz que o Fernando disparou”, afirmou o advogado André Luiz Salvador.
Segundo o advogado de Michael, ele já foi inocentado da acusação. “A viatura para em frente ao muro, então há sim um disparo do Michael para cima e há um do Fernando que atinge Matheus. Se esse disparo tivesse saído da arma de Michael, teríamos uma marca do projétil no muro”, disse.
A arma utilizada no rime não era a mesma de trabalho dos agentes e até hoje não foi localizada. “Já houve uma instrução e julgamento e foi cortejado o que já foi produzido dizendo que há provas suficientes para submeter esse júri. Querem pegar questões muito pequenas para desconfigurar o ato bruto, ilícito e cruel daquele dia”, alegou o advogado de acusação Mário Barbosa.
Um amigo de Matheus foi uma das testemunhas de acusação e disse não ter visto o tiro que atingiu o jovem. “O primeiro tiro para cima eu vi e abaixei a cabeça. O segundo disparo eu estava de cabeça baixa e com a mão na cabeça. Olhei para o lado e vi o Matheus caído no chão”, explicou Leonardo Borges
O júri continua na noite desta terça-feira (3) e ainda não existe previsão para o término. Independentemente do resultado do Júri, o ex-guarda municipal ainda segue em liberdade provisória após ter ficado dois anos preso, mesmo que seja condenado. É um direito do réu recorrer da decisão.