Policial

"Escolhi o mais alto e a mais bonita", disse atirador a advogado

21 jun 2023 às 13:33

Em entrevista, o advogado Marcelo Gaya, constituído pela família do atirador, um dia depois do atentado, conta que não teve acesso ao processo, pela velocidade de acontecimento dos fatos, e que, por isso, teve apenas uma conversa com o acusado - na tarde de terça-feira (20) -  antes da audiência de custódia.


Gaya conta que "a conversa com ele foi de apresentação (...). Ele se mostrou arrependido, porém eu não adentrei às motivações. É muito mais complexo. É uma conversa muito mais complexa para eu chegar em três, cinco ou dez minutos de conversa com ele e tentar entender alguma coisa" explica o advogado.


Marcelo conta que o rapaz detalhou os fatos, da manhã do crime. Perguntado, pelo advogado, se havia um alvo ou objetivo de matar uma pessoa específica, o advogado diz que "uma coisa me chamou atenção, no que ele disse" e relata a fala do assassino:


" - Não, doutor. Eu escolhi o mais alto e a mais bonita."


Ainda na conversa com o advogado, Marcos Vinicius teria relatado sofrimentos enquanto aluno do Colégio Estadual Professora Helena Kolody.


“Eu tive um sofrimento muito grande durante a minha infância. Meu sofrimento era por ter sido arrastado, por terem me colocado com cara no lixo, por eu ser franzino, e, por isso, eu vim pensando em me vingar do estado”.


O advogado diz ter documentos que atestam que o acusado fazia o uso de remédios controlados.


“Eu percebi um menino consciente, não fazendo uso das medicações (...). Ele estava fazendo tratamento médico. Eu estou com prontuários médicos, dos médicos que acompanhavam o Marcos. Ele fazia uso de três ou quatro medicamentos controlados e já não os tomava há dois dias. Nós não conseguiríamos adentrar na unidade com esses medicamentos sem o receituário”.


Direta e indiretamente, a morte de Marcos Vinicius muda os rumos do processo. No entanto, o advogado destacou que irá contribuir com o que for possível, para as autoridades avançarem nas investigações.


“Eu estou com um caderno que a Polícia não localizou e este caderno pode, de alguma forma, auxiliar e colaborar (com as investigações). A minha situação é de colaborar a autoridade policial e com o judiciário”.