Familiares de um homem morto em um confronto contra o Choque da Polícia Militar, na última sexta-feira (10), vieram do Rio de Janeiro e não conseguem liberar o corpo no Instituto Médico Legal de Londrina. Eles viajaram mais de 12 horas e não têm condições financeiras de ficar aguardando o processo de identificação ser concluído.
Mais de dez pessoas estão na cidade para reconhecer o corpo de Eduardo Martins de Medeiros, de 41 anos. Eles não têm os documentos em mãos, por isso, é necessário realizar um confronto com registros de identificação de outros estados.
“Quatro dias que estamos esperando, a gente tem trabalho e família, precisa resolver. É uma pedra no sapato porque a gente não tem condição de ficar aqui, tem que comer, dormir, e sem dinheiro vai fazer o que? A família sabe que está aí e não pode enterrar. A gente quer resolver, quer o corpo dele para poder enterrar”, disse o irmão da vítima, Aldeir Martins Medeiros.
Segundo a chefe do Instituto Médico Legal de Londrina, Cristiana Batilana, ainda não há previsão para a liberação do corpo. “A família precisa aguardar, assim que tiver a confirmação, consegue liberar para o familiar de primeiro grau para fazer o sepultamento”, explicou.
Os irmãos e três filhos negam ter conhecimento sobre as atividades de Eduardo. “Se ele tinha envolvimento, a gente não sabe, nós somos trabalhadores. Isso eu não sei informar, porque é um choque para a gente. Se ele se envolveu com isso, não era objetivo da nossa família”, disse Aldeir.
Eduardo foi baleado pelos policiais na PR-090 entre Ibiporã e Sertanópolis com mais um comparsa. Eles seguiam em um Fiat Uno no sentido Londrina a Sertanópolis quando receberam ordem de parada na rodovia. O motorista estava armado com uma pistola e o passageiro do carro com um revólver.
"Uma das equipes do Pelotão de Choque do 5º Batalhão recebeu informação de que dois homens, um deles foragido, seguiam em um Fiat Uno de Londrina em sentido a Sertanópolis, provavelmente para algum crime. A viatura se posicionou na saída para Sertanópolis na tentativa de encontrar o veículo e quando o carro foi localizado, foi dado o sinal luminoso para que o motorista parasse e no momento que os ocupantes do carro desceram houve o confronto", explicou o tenente Gomes.