A mulher acusada de manter uma idosa em cárcere privado, em Londrina, prestou depoimento à Polícia Civil, na manhã desta quarta-feira (1º), e negou o crime. Segundo o delegado de Homicídios, João Reis, ela relatou que cuidava bem da idosa e que só não a deixava sair de casa sozinha porque ela tinha problemas de locomoção.
Em depoimento, familiares contaram que a vítima tem 85 anos e é aposentada da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). Ela morava na cidade de Porto Velho, capital do estado de Rondônia, e veio a Londrina, onde possui parentes, depois de ouvir de vizinhos que ladrões estavam "de olho" na casa dela.
Além de Londrina, a senhora também tem sobrinhos em Maringá. “Chegou aqui e a história se inverteu. Ela conta que foi mantida em cárcere privado pela esposa do sobrinho, foi agredida, xingada e teve o cartão de crédito pego pela mulher. Até que ela conseguiu fazer contato com um vizinho, que informou os familiares de Maringá”, disse Reis.
Durante diversos meses, a vítima, que é vegetariana, não estaria sendo bem alimentada. Além disso, os familiares de Maringá afirmaram que não conseguiam falar com a mulher porque o celular dela também foi escondido. A aposentadoria da vítima chegaria a R$ 4.800.
Ainda de acordo com o delegado, o sobrinho da idosa informou que também já foi agredido pela esposa. “Ele já tinha registrado quatro boletins de ocorrência por ameaças e agressões. Ele contou que tinha falado para ela não maltratar a idosa. Segundo ele, havia agressões verbais, mas físicas não”, falou o delegado.
A acusada poderá responder pelos crimes de cárcere privado, apropriação de proventos e maus-tratos contra idoso. O marido também poderá ser solicitado para dar explicações à Justiça.