Os dados apresentados pelo Néias, Observatório de Feminicídios
Londrina, são alarmantes. Entre janeiro de 2021 e julho deste ano, 37 casos de
feminicídios foram registrados em Londrina. Destes, 11 foram consumados e 26
foram tentativas.
A maioria das vítimas e réus tinha entre 18 e 44 anos.
Duas das vítimas eram transexuais e uma tinha apenas 9 anos de idade, realçando a diversidade de perfis das mulheres atingidas por essa violência.
Os números também revelam a dor e o impacto direto sobre as crianças e adolescentes envolvidos na tragédia do feminicídio.
Em Londrina, 55 filhos e filhas das vítimas foram afetados diretamente pelos crimes. 20 deles ficaram órfãos. 11 vítimas foram atacadas na frente dos filhos.
Sobre o vínculo entre vítima e agressor, 29 casos envolviam relacionamento íntimo, em 2 situações havia envolvimento de prostituição e em 3 casos a vítima não conhecia o agressor.
O estudo também identificou 3 casos nos quais o agressor era padrasto, ex-genro e vizinho.
É importante destacar que em 27 dos casos com relacionamento íntimo, havia histórico de violência e, em 22 dos casos, a mulher havia se separado ou buscava a separação do agressor.
Martha Ramires Galves, presidente do Néias, diz que é “uma violência que assassina. Isso cria, dentro dessa criança, todo um imaginário que precisa ter um acolhimento e intervenção por parte do estado, para que essa criança consiga superar esse trauma; é muito traumático perder a mãe nas mãos de um feminicida”.