A Delegacia de Homicídios concluiu o inquérito do caso do menino Thiago, morto no Parque Daisaku Ikeda, na zona sul de Londrina.
Pelo laudo do Instituto Médico Legal (IML), não foi possível determinar, com certeza, a causa da morte da criança. A Polícia Civil (PC), no entanto, concluiu que a causa foi afogamento e indiciou a mãe do garotinho, e o namorado, por homicídio culposo, quando não há a intenção de matar.
Segundo o delegado João Reis, responsável pelo caso, “o homicídio culposo é aquele em que as pessoas não têm intenção de matar, mas por imprudência ou negligência, causa a morte de alguém – o resultado não é desejado, mas é previsto” ressalta.
Ele ainda diz que “a mãe da criança foi imprudente, porque ela foi ao local, que conhecia e sabia que, durante a noite é extremamente escuro, e teve a conduta de levar a criança e negligenciar os cuidados”.
Sobre a morte da criança, João Reis comenta que “a criança caiu diretamente no ribeirão. O laudo pericial aponta que a criança não tinha marcas de hematomas, fraturas ou violência. Também não conseguiu apontar - de forma técnica - como causa da morte, o afogamento, devido ao estado como o corpo estava, mas, para a investigação, nós concluímos que foi afogamento pelo contexto”.
Indiciados por homicídio culposo, a pena prevista é de um a três anos de prisão, podendo aumentar em até quatro anos por se tratar de uma criança.
“Porém, por conta do sofrimento da mãe, o juiz pode entender que o sofrimento serve como punição e, aí, deixa de aplicar a pena para a mãe. Já o namorado, eu acredito que ele seja apenado em razão da imprudência dele”.
Com a conclusão do inquérito, cabe ao Ministério Público (MP) fazer a denúncia e encaminhar ao judiciário.
Defesa da família alega que foi um acidente
O advogado de defesa da família de Thiago diz ter recebido a conclusão do inquérito da PC sem surpresas, mas discorda e alega que o caso foi um acidente.
Diante disso, agora, ele aguarda o pronunciamento do MP.
“Não era uma surpresa e agora vamos enfrentar o processo, pleitear o que é de direito. Nós não concordamos com essa conclusão. Nós achamos que foi um acidente, mesmo” reforçou Clarison Lemos.
Relembre
O pequeno Thiago, de 2 anos, desapareceu no dia 10 de junho, após um piquenique no Parque Daisaku Ikeda, na zona sul, interditado desde janeiro de 2016.
A mãe e o namorado só perceberam que o garotinho não estava no carro no caminho de volta pra casa.
Foram necessários sete dias de buscas, por terra e água, até que o corpo de Thiago fosse encontrado.