Policial

Região de Londrina tem a maior letalidade policial do Estado do Paraná

25 jul 2022 às 13:34

Londrina, Cambé e Ibiporã respondem juntas pela maior taxa de mortes ocorridas em confrontos no Paraná nos últimos cinco anos. Os dados são de um levantamento do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) que levou em conta os anos de 2017 a 2021.


Ao todo, foram 230 mortes em ações das forças de segurança, que incluem a Polícia Militar, Polícia Civil e Guarda Municipal. O número equivale a 13,4% do total de 1.706 casos no estado. 


Como os três municípios juntos somam cerca de 744 mil pessoas, são 3,08 óbitos a cada 10 mil habitantes - número maior do que na região metropolitana de Curitiba, composto por 10 municípios. Com cerca de três milhões de pessoas, a região da capital tem uma taxa de 2,42 mortes para cada 10 mil habitantes.


Segundo o coordenador do Gaeco-PR, Leonir Batisti, não há estudos que apontem as principais razões do resultado. "O que intuímos é que possivelmente a nossa proximidade com o estado de São Paulo traz alguma influência, porque em vários casos são pessoas que de alguma forma se deslocaram daquele estado, principalmente da capital para aqui praticarem crimes”, disse.


"Antes tinha mais criminalidade, mas com menos ousadia", diz comando da PM


O comandante do 30º Batalhão da Polícia Militar, o tenente-coronel Nelson Villa, falou sobre o levantamento com o Grupo Tarobá nesta segunda-feira (25). Conforme Villa, os crimes que vem sendo registrados nos últimos anos são mais violentos e elaborados do que no passado.


“Quando começou a instaurar em meio a sociedade essa realidade de facções criminosas, a situação era bem diminuta em relação ao que acontece hoje. Tínhamos uma criminalidade maior, mas com menos ousadia”, apontou o comandante.


Para Villa, a estatística não muda a conduta futura dos policiais. "O policial, no momento em que ele vai atender uma ocorrência, ele não leva estatísticas em consideração. Ele leva a necessidade de preservar a sua própria vida e de terceiros. Se o criminoso opta por atirar no policial, ele sabe que está sujeito a ser baleado ou a ser morto. Se ele se entregar, vai ser conduzido à Delegacia. Eu jamais posso, com base em dados estatísticos, falar pro meu policial, ‘segura aí’, porque se eu falar, eu vou estar lamentando a morte dele, e o meu policial tem que sobreviver”, afirmou.


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