O ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, afirmou que não encontrou indícios de fraudes sobre as urnas eletrônicas nas eleições de 2022. Torres é réu por envolvimento na tentativa de golpe de Estado e depõe no Supremo Tribunal Federal nesta terça-feira (10).
"Tecnicamente falando não temos nada que aponte fraude nas urnas eleitorais, nunca chegou essa notícia até mim e eu passava isso quando era questionado pelo presidente (Jair Bolsonaro)", afirmou.
Durante o depoimento, Torres comentou sobre a reunião em que ofendeu ministros do STF e que todos iriam "se f*der" caso o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva vencesse o pleito. "Talvez eu não estivesse muito bem e me excedi nas palavras. Eu queria dizer que caso perdêssemos as eleições, tudo o que foi construído no governo Bolsonaro, tudo seria perdido, era essa minha visão", disse.
Sobre a relação entre o governo e o STF, Torres afirmou que se esforçou na comunicação entre os poderes. "Era um momento muito acirrado entre Executivo e Judiciário, fui um dos que mais me esforcei para que a relação não se esbagaçasse, mas sentia uma pressão grande em relação ao que fazer, àquele momento, havia todos os dias uma série de proibições", pontuou.
Confira a ordem dos depoimentos:
Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal;
Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
Walter Braga Netto, candidato à vice-presidência da República em 2022.