O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), anunciou nesta quinta-feira (9) que solicitou aposentadoria antecipada e pretende viver sem exposição pública após deixar o cargo. A saída oficial ocorrerá na próxima semana, após liberação de processos ainda sob sua responsabilidade.
Em seu discurso de despedida, Barroso afirmou que é hora de “seguir novos rumos”, sem as obrigações e exigências do cargo de ministro do STF.
“Sinto que agora é hora de seguir outros rumos. Nem sequer os tenho bem definidos. Mas não tenho qualquer apego ao poder e gostaria de viver um pouco da vida que me resta sem a exposição pública”, declarou.
O ministro também enalteceu a ex-presidente Dilma Rousseff, que o nomeou para a Corte em 2013, de “forma republicana”.
“Sou grato à presidente Dilma Rousseff, que me nomeou para o cargo da forma mais republicana possível, sem pedir, sem insinuar, sem cobrar”, disse.
Barroso elogiou ainda o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela defesa do Supremo Tribunal Federal contra ataques internacionais e atos golpistas de 8 de janeiro.
“Sou grato ao presidente Lula por sua firme defesa do tribunal quando esteve sob ataque”, completou.
Sem mágoas
O ministro afirmou que deixa o STF com a consciência tranquila e sem mágoas, mesmo após discussões acaloradas com Gilmar Mendes.
“Não foram tempos banais, mas não carrego comigo nenhuma tristeza, mágoa ou ressentimento. Renovo minha confiança de que o STF continuará sendo o guardião da Constituição e protagonista na preservação da estabilidade institucional e da democracia”, concluiu.