A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, criticou nesta quinta-feira (19) a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, de aumentar a taxa básica de juros a 15% ao ano.
“No momento em que o país combina desaceleração da inflação e déficit primário zero, crescimento da economia e investimentos internacionais que refletem confiança, é incompreensível que o Copom aumente ainda mais a taxa básica de juros. O Brasil espera que este seja de fato o fim do ciclo dos juros estratosféricos”, escreveu a ministra na plataforma X, antigo Twitter.
Por unanimidade, o Copom decidiu elevar pela 7ª vez consecutiva a Selic no país, com um aumento de 0,25%. Agora, a taxa básica de juros chega a 15%, o maior valor em quase 20 anos.
Essa não foi a primeira vez que Gleisi criticou a decisão do Copom sobre aumento na Selic. Até dezembro do ano passado, o principal alvo das críticas era Roberto Campos Neto, então presidente do Banco Central e indicado por Jair Bolsonaro. Atualmente, o BC é chefiado por Gabriel Galipolo, indicado por Lula.
Aumento da Selic
O órgão justificou que o ambiente externo segue adverso e incerto, “em função da política econômica nos Estados Unidos, principalmente acerca das políticas comercial e fiscal e de seus respectivos efeitos”.
Em comunicado, o BC também afirmou que o cenário doméstico ainda apresenta dinamismo em relação à atividade econômica, apesar de existir uma “certa moderação” no crescimento. O órgão também afirmou que os riscos para a inflação seguem mais elevados do que o usual.
Ao mesmo tempo, o BC destacou que caso o cenário econômico siga dentro do espero, espera-se que haverá uma interrupção na alta de juros na próximo reunião do Copom.
Desde setembro, o BC já aumentou a Selic em 4,50%. Com isso, a taxa básica de juros está em seu maior nível desde julho de 2006, no primeiro governo Lula, quando o índice chegou a 15,25%.
No comunicado, o Copom anunciou que antecipa uma interrupção no ciclo de alta de juros para as próximas reuniões, mas garante que não hesitará em mudar de ideia e continuar com o aperto monetário na decisão na reunião de julho caso avalie que seja necessário por mudanças de cenários.