O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve demitir o diretor da Agência Brasileira de Informações, a Abin, caso ele seja indiciado pela Polícia Federal. Segundo informações do repórter Túlio Amâncio, Lula admitiu a aliados a preferência pela demissão de Luiz Fernando Corrêa.
O chefe da Abin deve prestar depoimento na Polícia Federal na tarde desta quinta-feira (16), sobre os inquéritos da 'Abin paralela' e da espionagem ao governo do Paraguai. Ele pode ser indiciado na investigação que apura o uso ilegal do órgão durante a gestão de Jair Bolsonaro.
Rui Costa, padrinho de Luiz Fernando Corrêa no cargo e ministro-chefe da Casa Civil, tenta segurá-lo no cargo. O desejo dele é segurar o chefe da Abin até a manifestação da Procuradoria-geral da República.
O caso que envolve o Paraguai vai seguir em inquérito separado. A expectativa é que o diretor-geral faça o depoimento dentro da investigação sobre a espionagem ilegal. O objetivo é apurar se houve obstrução por parte da atual gestão à investigação do uso da Abin durante o governo Bolsonaro para espionar autoridades, jornalistas e ministros do Supremo Tribunal Federal.
Além disso, o depoimento tem o objetivo de saber se a Abin tinha conhecimento e autorizou a espionagem de autoridades do Paraguai. A espionagem teria sido iniciada durante o mandato do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL), mas teria continuado na gestão Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com a escolha do atual diretor da Abin, Luiz Fernando Corrêa.
As acusações são baseadas em uma declaração de um funcionário da agência à Polícia Federal. O Brasil negou, por meio de uma nota, “categoricamente qualquer envolvimento em ação de inteligência, noticiada hoje, contra o Paraguai, país membro do Mercosul com o qual o Brasil mantém relações históricas e uma estreita parceria”.