Política

Possível volta de vereadores afastados gera impasse na Câmara

24 jul 2018 às 07:56

Terminou o prazo de 180 dias de afastamento dos vereadores Rony Alves (PTB) e Mario Takahashi (PV). O Ministério Público pediu a prorrogação desse período, mas até agora não houve qualquer decisão sobre esse processo. Ambos são réus na operação ZR3.

O período é de recesso, não há sessões. Mesmo assim, existe uma dúvida no ar: os vereadores afastados voltam ou não? Em janeiro, após a deflagração da operação ZR3, que investiga um suposto esquema de cobrança de propina para mudança de zoneamento urbano, a Justiça determinou o afastamento dos dois da função por 180 dias, além da proibição de frequentar a Câmara e a Prefeitura e não poder entrar em contato com os demais investigados.

O Ministério Público pediu a prorrogação de prazo. Na esfera cível, o pedido foi negado. Falta a resposta do juiz da 2ª Vara Criminal, Délcio Miranda da Rocha, que chegou a pedir manifestação dos vereadores. Enquanto isso, a ordem é aguardar a Justiça mesmo depois dos 180 dias. Segundo o procurador jurídico, Miguel Aranega Garcia, a Câmara vai agir com cautela e, se necessário, entrar em contato com o juiz. Já para o presidente Ailton Nantes (PP), o Legislativo aguarda apenas a decisão judicial e se, proferida, será cumprida.

O impasse atinge em cheio o atual presidente, que assumiu o cargo após o afastamento dos dois vereadores. Se Mário Takahashi voltar, Ailton Nantes retorna para a vice-presidência. O pepista encara com naturalidade a situação.

Se a decisão for pela volta, os dois vereadores reassumem os cargos automaticamente. Caso a Justiça decida pela volta de Rony Alves e Mário Takahashi, em vez de duas, devem acontecer três mudanças no plenário. A começar pela presidência. Depois, em outras duas cadeiras. Em uma delas, sai Valdir dos Metalúrgicos (SD). Já na outra, fica a dúvida: quem fica? Tio Douglas (PTB) ou Jamil Janene (PP)? os dois acreditam que podem ficar.

Os dois são suplentes de Fernando Madureira (PTB), que abriu mão da vaga para assumir a Fundação de Esportes (FEL). Na época, o 1º suplente, Tio Douglas, preferiu a Acesf à Câmara, cedendo o lugar para Jamil Janene, 2º suplente. Com o afastamento de Rony Alves, Tio Douglas foi chamado novamente e aceitou. E agora, quem fica e quem sai? Nem a procuradoria jurídica tem a resposta ainda.

(Reportagem: Luciane Miyazaki/ Valdemar Loredo)