Eleita com a causa da educação, a professora Flavia Cabral, tem 47 anos, mais de duas décadas dentro de sala de aulas, mas garante que o mandato não deve ficar restrito ao tema ao tomar posse na Câmara de Vereadores de Londrina em 1º de janeiro de 2021. Como segunda mulher mais votada na cidade, 3923, a promessa é levar também temas relacionados a saúde e políticas públicas na área feminina.
A estreante nas urnas, passou por um susto no começo do ano ao ser diagnosticada com câncer de mama e teve de passar por uma mastectomia. Em tratamento, não se afastou das aulas e ainda em sala, não abandonou os alunos para fazer campanha. “Conciliei tudo por acreditar na educação e na política. Só tenho a agradecer. Prioritariamente aos meus ex-alunos. Foram eles, sem sombra de dúvidas, que me ouviam em sala de aula falando sobre educação, falando sobre a necessidade de lutar com relação a causa do problema e não a consequência e eles me representaram, me representaram muito bem”, diz emocionada.
Flavia também foi professora de Marcelo Belinati, quando o prefeito já era formado em medicina mas buscava o diploma de direito. “Ele é um prefeito que valorizou a educação, pauta pela qual eu mais luto, então com certeza teremos grande diálogos para que a transformação ocorra ainda de forma maior na cidade de Londrina”.
Em uma Câmara de vereadores como nunca se viu em Londrina, com sete mulheres, a professora espera poder usar o que tem de melhor nesses anos todos em sala em aula, nessa participação histórica. “Lidar com várias personalidades e fazer o meu posicionamento ser ouvido, é algo que vou levar comigo”.
“Eu sempre falei com as minhas alunas a necessidade de representação feminina dentro do legislativo, do executivo, do judiciário. Mas nesse caso especifico, parece que nós teremos uma representação intensa. Nós, mulheres, às vezes temos um olhar mais sensível, mais aguçado, mais direcionado, mas jamais, isso quer dizer mais fraco”, apontou a professora.
A expectativa também é contar com as colegas, as outras seis vereadoras eleitas, para o desenvolvimento de ações, redes de apoio e ajuda a projetos para pacientes com câncer, incluído o de mama. Ela mesma desenvolveu com pacientes em tratamento, o projeto Travessia, que busca, por meio da literatura e escrita, amenizar o tratamento.
"Tudo isso só passaria em uma legislatura com mulheres. Uma mulher consegue entender o dia a dia de quem está com câncer e saber que seus filhos estão desesperados e precisam de um atendimento psicológico, e não ter".