Pequeno, desengonçado e com menos de um centímetro, o Aedes aegypti, conhecido como mosquito da dengue, também é responsável pela disseminação de chikungunya, zika e febre amarela. Muito mais do que um simples transmissor de doenças, ele é um verdadeiro estrategista, adaptado à convivência humana há milhões de anos.
Resistente às transformações globais, o mosquito sobreviveu à extinção dos dinossauros, à urbanização e às mudanças climáticas, tornando-se um habitante urbano habilidoso. Ele encontrou nos humanos um "prato cheio" devido à pele mais fina e sem pelos, facilitando a alimentação de sangue, essencial para as fêmeas alimentarem seus ovos.
Suas preferências? Qualquer recipiente com água parada, mesmo que não esteja limpa, se transforma em berçário. Em seus 45 dias de vida, uma única fêmea pode depositar cerca de 450 ovos, distribuindo-os em diferentes pontos, o que aumenta a proliferação.
Além de sua eficiência reprodutiva, o Aedes é um excelente viajante: voa até 300 metros por conta própria e até 3 km com ajuda de "caronas" em elevadores, carros ou sacolas plásticas. Suas antenas diferenciam os sexos: a fêmea tem antenas menos plumosas, enquanto as do macho são bem mais cheias.
Para conter esse pequeno estrategista, é fundamental eliminar locais que possam acumular água e redobrar os cuidados, já que ele encontra nas cidades um ambiente perfeito para prosperar e espalhar doenças.