Está circulando nas redes sociais uma carta anônima, mas escrita por alguém contrário ao aumento da jornada dos professores e alunos para 2018 na rede municipal.
Como a maioria dos anônimos, o texto – supostamente escrito por um professor (a) traz um misto de informações que podem confundir a cabeça dos incautos.
Primeiro diz que ser professor é desgastante, dando a entender que o aumento da jornada tornaria uma espécie de “martírio” ficar com alunos uma hora a mais na sala. No entanto, ninguém trabalha de graça, e os educadores vão receber por isso.
O problema são os que hoje ganham horas extraordinárias para estender a jornada e terão redução nos ganhos.
Também são contrários, aqueles que durante anos, lutaram para ajustar sua vida pessoal ao trabalho e conseguiram aulas numa escola próxima de casa. Sem contar, nos excedentes e nos professores de educação física que também mostraram resistência à novidade.
É fato que uma sala é difícil, mas não podemos ignorar que também é uma mudança tensa na rotina dos estudantes e dos pais que terão que reorganizar sua vida no trabalho e em casa para conseguir ajustar a nova realidade.
Mas é ai que entra o pacto pela educação.
O prefeito Marcelo Belinati terá que ser o mais transparente possível para convencer as pessoas de que o aumento da jornada vai trazer resultados positivos à educação.
Os professores que fazem da profissão um sacerdócio e olham o objetivo final o resultado certamente vão aderir de pronto. Mas será que todos pensam pelo bem comum? Da boca pra fora é fácil mas na hora que toca na vida de cada um o discurso é outro.
Muitos não querem sair da zona de conforto e preferem deixar como está. Afinal está bom pra eles.
Outro fato pouco divulgado, mas que pode ser o principal nessa discussão são as horas extras.
Marcelo Belinati já declarou que hora extra deveria ser exceção e tornou-se regra na prefeitura. E isso atinge a todos os contribuintes. Horas extras em excesso significam falta de planejamento na gestão, gastos exagerados e desequilíbrio na folha. Além de gerar desconfiança na categoria e privilégios a grupos específicos (e isso vem de outros prefeitos).
Se tem tanta hora extra na prefeitura em algum momento da história faltaram medidas para resolver o problema, como a realização de concurso público ou teste seletivo por exemplo.
A Nova pesquisa para saber a opinião dos professores da rede, promovida pela secretaria de educação começa nesta terça. E a prefeitura precisa de 1.400 votos favoráveis para implantar a extensão da jornada. Isto porque, em 2018, o município terá 1.400 turmas sob sua responsabilidade.
O ideal é que o município conseguisse ajustar a nova jornada às peculiaridades dos educadores.