Faltando poucos dias para a votação que vai definir a abertura ou não de uma Comissão Processante (CP), na câmara de Londrina, contra os vereadores Rony Alves e Mário Takahashi, uma polêmica lista circula pela cidade. Seriam pelo menos quatro vereadores que teriam ganhado direito de indicar ocupantes de cargos no poder executivo, um inclusive indicou a própria esposa.
É grande a quantidade de informações que chegam de diversas fontes, de dentro e de fora do legislativo, das articulações políticas que estão sendo realizadas para barrar a criação dessa CP. Nada de errado em articulação política, pelo contrário, é legitimado pela democracia, se concordamos ou não com o objetivo da articulação é outra discussão, mas articular não é o “crime”. O problema está na suposta oferta de cargos como parte dessa articulação, o que é, definitivamente, inaceitável.
Por mais que alguns tratem essa “famosa lista” apenas como maldade da oposição, mentira ou algo semelhante, entendo que devemos tratar publicamente do assunto, já que não estou criando nada aqui, apenas repercutindo com o intuito de esclarecer. Senhores, integrantes do legislativo indicarem ocupantes de cargos no executivo é uma pratica comum na política brasileira, no entanto, imoral se analisarmos a independência e separação dos poderes. e a indicação de cargos vincular os VOTOS do legislador então passa a ser ilegal também, mas vamos lá...
Nomeações
Os vereadores beneficiados com os tais cargos, de acordo com a lista, seriam, João Martins, Jairo Tamura, Padre Roque e o suplente Emanuel Gomes. Já explico a presença do suplente Emanuel nessa história. João Martins teria indicado Raimundo Lázaro, um ex-integrante de seu gabinete para ocupar um cargo na CMTU. Outro que teria indicado ocupante de cargo na CMTU seria o vereador Padre Roque. Jairo Tamura seria responsável pela indicação do secretário de agricultura. Emanuel indicou a esposa para o cargo de assessora de políticas para mulheres no dia 12 de março deste ano. Só lembrando que o suplente Emanuel vai votar no lugar de Filipe Barros, que está impedido de votar porque é autor da representação contra Mário e Rony.
Outro lado
Eu liguei para todos os vereadores que constam na lista. O vereador João Martins disse que quer conversar pessoalmente sobre o assunto na semana que vem. O suplente Emanuel Gomes e o vereador Jairo Tamura não atenderam. Não consegui contato com o vereador Padre Roque e o prefeito Marcelo Belinati negou a oferta de cargos com o intuito de conseguir votos na câmara.
Entenda o caso
A criação de uma Comissão Processante contra os vereadores afastados Mario Takahashi e Rony Alves será votada na próxima sessão ordinária do Legislativo londrinense, na terça-feira (17). Ambos são acusados de quebra de decoro parlamentar devido à suspeita de envolvimento no esquema de propina para alteração de zoneamento na cidade, descoberto pelo GAECO por meio da Operação ZR3 (Alves e Takahashi são réus no processo).
Na sessão de terça a admissibilidade da Comissão será o primeiro assunto da pauta, e serão necessários 13 votos para a abertura da CP. Segundo o presidente da Câmara, Ailton Nantes, os suplentes dos vereadores afastados, Tio Douglas (PTB) e Valdir dos Metalúrgicos (SD) estão liberados para votar a criação da CP, a menos que eles se julguem impedidos para isso.
Em caso de criação da Comissão, os 3 membros são sorteados e se inicia o prazo de 90 dias para o estudo do caso, que pode gerar a cassação de mandato dos vereadores afastados ou o arquivamento do caso.