Após as tarifas de 25% sobre as importações do Canadá e México e uma adicional de 10% contra a China entrarem em vigor - impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump - os chineses e canadenses anunciaram medidas retaliatórias e é esperado que os mexicanos tomem medidas semelhantes.
Nesta terça-feira, 4, Pequim retaliou os EUA com um aumento de 15% na tarifa sobre alimentos e outros produtos agrícolas, além de aumentar as restrições de exportação para empresas americanas. A potência asiática também entrou com uma ação na Organização Mundial do Comércio, alegando descumprimento das regras do cartel pelos americanos.
Canadá também anunciou tarifas
O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau também aumentou as tarifas sobre quase US$ 100 bilhões em importações dos Estados Unidos por 21 dias. O Canadá vai aplicar uma tarifa de 25% sobre produtos importados dos Estados Unidos em retaliação à "guerra comercial" lançada pelos Estados Unidos contra o país, afirmou o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau.
A cobrança atingirá um total de 155 bilhões de dólares canadenses (US$ 107 bilhões) em mercadorias, mas em duas etapas. Na primeira, a tarifa será aplicada a apenas 30 bilhões de dólares canadenses em importações. Na segunda, que ocorrerá daqui a 21 dias, afetará o restante dos produtos.
Durante um pronunciamento, Trudeau afirmou que as tarifas permanecerão em vigor até que os Estados Unidos removam a tarifa de 25% aplicada aos produtos canadenses, que passou a valer nesta terça-feira, 4. Segundo o primeiro-ministro, a cobrança feita pelos Estados Unidos é ilegal, e será contestada tanto na Organização Mundial do Comércio (OMC) quanto por mecanismos do acordo comercial USMCA.
"Hoje os Estados Unidos lançaram uma guerra comercial contra o Canadá, seu aliado mais próximo, seu amigo mais próximo. Ao mesmo tempo, falam de trabalhar positivamente com a Rússia, satisfazendo Vladimir Putin, um ditador mentiroso e assassino. Veja se isso faz sentido. Os canadenses são razoáveis e educados, mas não fugimos de uma briga", disse Trudeau.
O primeiro-ministro canadense disse que, além da tarifa de 25%, o Canadá também está discutindo "várias" barreiras não tarifárias a produtos dos Estados Unidos, para demonstrar que "não há vencedores numa guerra comercial".
Trudeau acrescentou que a decisão do governo dos Estados Unidos prejudica principalmente os cidadãos do país e rejeitou a ideia de que o Canadá esteja permitindo o acesso de fentanil ao território americano - justificativa usada pela Casa Branca para aplicar a tarifa sobre os produtos canadenses.
Segundo o governo do Canadá, o volume de fentanil apreendido na fronteira pelo governo dos Estados Unidos caiu 97% entre dezembro de 2024 e janeiro de 2025, para aproximadamente 15 gramas, por causa das ações tomadas pelo governo canadense.