O consumo de carne bovina no Brasil deve ficar em torno de 32 quilos por habitante neste ano, apontou o relatório Visão Agro, divulgado pela consultoria Agro do Itaú BBA, nesta segunda-feira (26). O volume é semelhante ao que foi consumido no ano de 2013.
De acordo com o relatório, o crescimento é impulsionado pela produção de carne bovina, que tende a encerrar o ano com 15% de aumento, superando 10 milhões de toneladas (em equivalente carcaça, medida padrão internacional). Esse aumento na oferta foi o que fez com que o preço da carne tivesse uma significativa redução neste ano.
As exportações também devem crescer 20%, atingindo 3,4 milhões de toneladas, o que permitirá uma expansão da oferta interna de carne bovina em torno de 13%.
Após anos de pressão sobre os preços pecuários e margens reduzidas para os produtores, o cenário começa a se reverter. O Itaú BBA projeta um aumento no volume de gado confinado no segundo semestre de 2024, impulsionado pelo baixo custo da ração, do boi magro e pelas boas oportunidades de fixação de preços no mercado futuro.
Para 2025, a expectativa é de recuperação no mercado de cria, uma vez que 2024 marcará o terceiro ano consecutivo de aumento dos abates de fêmeas. A redução na produção de crias deve iniciar um movimento de recuperação dos preços, incentivando a retenção de fêmeas e diminuindo o excesso de gado para abate.
Enquanto os produtores devem experimentar uma melhora gradual, para a indústria o cenário permanecerá favorável, sustentado pelos preços retraídos do boi em comparação aos da carne, ainda que o spread no mercado doméstico possa se acomodar em níveis um pouco menores do que os atuais.