Paulo César Motinho tinha 30 anos, era natural de Curitiba, mas passou boa parte da vida em Ponta Grossa. Por lá ele vivia indo e vindo das ruas para a casa da mãe. Paulo morreu com uma facada nas costas, na zona leste de Londrina, na madrugada da última quarta-feira (24) na avenida Theodoro Victorelli.
Ele possuía diversas passagens pela polícia por furto. Há pelo menos 15 anos, a família lutava contra o vício de Paulo. No ano passado, ele foi acolhido pelo pai, Gilmar Fidelis da Silva, em Londrina, que achou melhor a mudança de ares. Segundo o pai, inicialmente foi bom, porém logo os problemas voltaram. Ele conta que até tentou acionar o Ministério Público para uma internação compulsória, mas esbarrou na burocracia do sistema público. “Quando o Paulo tinha essas recaídas, ele ficava mais na rua. Ele dizia que era melhor ficar na rua, pra não me trazer problemas”.
A última vez que Gilmar viu o filho, foi a caminho do trabalho, na semana passada. Paulo César estava no bosque. “Não conversei com ele, só visualizei. Antes disso eu tinha conversado com ele. Ele disse que estava bem, disse que tinha lugar pra ficar. Não aparentou que ele estava com medo, ou que estava sendo ameaçado”, contou o pai.
A Polícia Militar explicou que Paulo morreu com um único golpe, ficando com a faca emperrada nas costas. Ainda segundo a PM, o ele chegou acompanhado até uma conveniência. Pouco antes de morre, falou para a polícia que não foi golpeado pelo sujeito que o acompanhava.
O pai de Paulo acredita que a história do filho poderia ter sido diferente, caso o pedido de internação tivesse sido atendido. “Acho que as leis precisam mudar. Facilitar para que os pais internem seus filhos. Dói pra um pai ver o filho doente e não poder fazer nada. Por eles mesmos, eles não se internam”, lamentou Gilmar Fidelis da Silva.