Quem tem o mínimo de apreço pela democracia e liberdade de expressão deve se posicionar sobre os ataques físicos e morais sofridos pelos jornalistas na cobertura das manifestações do dia 7.
Pelo menos duas equipes do Grupo Tarobá de Comunicação foram hostilizadas nas ruas por estarem simplesmente reportando os fatos. O Jornalista Silvano Brito questionou um manifestante sobre não uso da máscara e obteve como resposta um sonoro “Vai tomando....” (perdoem o nível da expressão) em plena transmissão ao vivo durante o programa Tarobá Notícia. O agressor inclusive portava uma lata de cerveja. Não é demais lembrar que em meio a tanta aglomeração, o não uso caracteriza infração sanitária.
No entanto, a tentativa de censura e coação era maior quando a reportagem estava em produção, porém in off. A equipe da jornalista Soraia Barros também sofreu intimidações durante a cobertura.
Este blogueiro também foi chamado de comunista e vilipendiado nas redes sociais simplesmente por publicar uma foto com o título “Verdade Inconveniente” onde um morador de rua foi flagrado no chão enquanto a passeata seguia sem se incomodar com o problema social.
Ser jornalista num país dividido tornou-se risco à integridade física, é o “Skin the Game” na mais pura expressão. Essa gente não está apenas anestesiada pela narrativa do político de estimação, bem como quer ver na mídia apenas a “sua verdade”.
Uma das frases ofensivas às nossas equipes em tom ríspido e ameaçador foi: “vocês têm que divulgar o que a gente quer”. Sem dizer a coerção sobre os repórteres cinematográficos para omitir imagens que mostraram as incontáveis infrações sanitárias em plena pandemia da maior crise de saúde mundial.
Irritante ver essa gente ostentando as cores da bandeira do Brasil e ainda gritando palavras de ordem numa suposta defesa à constituição. Os valentões de plantão criaram seu próprio texto constitucional, recortaram a realidade e criaram um universo paralelo onde não conseguem enxergar além do próprio umbigo e as frases de efeito do líder.
Tomara que as entidades e sindicatos que prezam pela verdadeira liberdade expressa no artigo 5o da constituição federal, venham a público para repudiar tais atos. Só assim será possível frear essa insana ação de controlar o que se divulga na mídia.
Curiosamente, muitos que estavam nessa passeata eram os mesmos que pediam em redes sociais ajuda da “mídia” quando o país foi tomado pela corrupção num tempo muito distante. Aos que sofreram ataques a solidariedade de quem prima pelo jornalismo apartidário e parabéns pela coragem. Vocês representaram. E aos hipócritas da vez a mensagem para baixar a guarda e olhar a imprensa livre como aliada e não inimiga.