Política

PF atinge R$30 bilhões de organização criminosa; mandado foi cumprido em Londrina

30 set 2020 às 09:39

A Polícia Federal atingiu um alvo bilionário da mais conhecida organização criminosa do país. Levantamento preliminar do serviço de inteligência, mostra que cerca de R$30 bilhões de todas as ramificações do grupo foram atingidos. O valor teria sido amealhado em quatro anos. 

O coordenador Geral de Repressão a Drogas, Armas e Facções Criminosas da PF Elvis Secco disse que a estratégia agora é desarticular a base financeira da organização. “Esse é um dos meus objetivos concretizando” afirmou. 

Um dos mandados da Operação Rei do Crime – desencadeada pela Polícia Federal – teve Londrina como alvo. As demais ordens expedidas pela 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, estão sendo cumpridas em apartamentos de luxo e empresas nas cidades de São Paulo/SP, Bauru/SP, Igaratá/SP, Mongaguá/SP, Guarujá/SP, Tremembé/SP, Curitiba/PR e Balneário Camboriú/SC. 

Os números preliminares da Polícia Federal mostram o tamanho do patrimônio que a organização criminosa ligada ao tráfico de drogas construiu com o ilícito. Segundo a PF, o volume total entre bens, empresas, veículos, iates, motos aquáticas etc. 

A facção criminosa que tem base em São Paulo envolveu cerca de 70 empresas. A Polícia Federal informou que a Operação Rei do Crime tem o objetivo de desarticular um “importante e sofisticado braço financeiro que operação há mais de 10 anos em benefício da “sintonia fina” da organização criminosa. 

Vamos a alguns números da Operação ainda em andamento: 

200 policiais federais  

13 mandados de prisão preventiva 

43 mandados de busca e apreensão 

32 automóveis, nove motocicletas, dois helicópteros, um iate, três motos aquáticas, 58 caminhões e 42 reboque e semirreboque. Valor aproximado ultrapassa os de R$ 32 milhões em bens sequestrados da facção criminosa. 

mais de R$ 730 milhões bloqueados. Recursos que, segundo a pf, se encontram em contas bancárias dos investigados e de pessoas jurídicas ligadas direta ou indiretamente com os fatos investigados. 

Houve também o bloqueio, junto aos cartórios de imóveis do estado de São Paulo e Balneário Camboriú/SC, de bens imóveis de pessoas físicas e jurídicas, impossibilitando a alienação de tais bens. Esse bloqueio pode aumentar significativamente os valores totais referentes aos bens sequestrados. 

Entre os alvos estão empresários do setor de combustíveis e uma pessoa que foi condenada pelo envolvimento no furto ao Banco Central do Brasil, ocorrido em Fortaleza/CE, no ano de 2005. Todos eles, ao todo vinte indiciados, responderão pelos crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro. 

Durante a investigação, a Polícia Federal rastreou movimentações financeiras e identificou a existência de uma rede de combustíveis, inclusive uma distribuidora, que atuava em benefício da facção criminosa, lavando ativos de origem ilícita, através de empresas com atuação sólida no mercado e de empresas de fachada ou compostas por interpostas pessoas (laranjas). 

O COAF-Conselho de Controle de Atividades Financeiras também forneceu relatórios de inteligência financeira à Polícia Federal apontando movimentações atípicas do grupo investigado, cujo valor ultrapassa a cifra de R$ 30 bilhões.