A safra de inverno no Rio Grande do Sul deve produzir 2,25% mais do que a temporada passada, com 4,9 milhões de toneladas de grãos. As projeções para a safra de inverno gaúcha foram divulgadas nesta segunda-feira (16) pela Emater/RS. Entre os principais grãos cultivados, estão a canola, cevada, trigo e aveias preta e branca.
Os dados sobre previsão de área de plantio, produtividade média e produção de cada cultura foram apurados no período de 12 de maio a 9 de junho, em média em 97% dos municípios gaúchos produtores. No total dos grãos de inverno, o Estado vai cultivar 1.830.092 hectares, o que representa uma redução de 2,78% da área.
A canola é o destaque desta safra, com uma área a ser cultivada de 203.206 hectares, 37,41% a mais do que na safra passada, quando foram cultivados 147.879 hectares no Rio Grande do Sul. Com uma produtividade média esperada de 1.737 kg/ha, a canola deve atingir uma produção de 352.893 toneladas, 68,99% a mais do que no ano anterior, quando foram produzidas 208.830 toneladas.
Santa Rosa é a maior região produtora de canola no Estado (57.685 hectares), seguida das regiões de Ijuí (48.021 ha), Santa Maria (45.475 ha) e Bagé (28.589 ha). "A canola apresenta incremento de área atribuído à sua liquidez e ao fomento das indústrias", avalia o diretor técnico da Emater/RS, Claudinei Baldissera, ao citar a entrada de outro produto, a carinata, que a entidade está acompanhando o crescimento no mercado, como mais uma alternativa de produção.
As aveias branca e preta também apresentam incremento de área de 8,91% e 6,52%, respectivamente. No caso da aveia branca, com produtividade média estimada em 2,25 kg/ha, a produção estimada é de 904.375 toneladas, ou seja, 11,78% maior do que as 809.036 toneladas produzidas na safra anterior. "O cenário reflete o momento econômico dos produtores, que optaram em investir em culturas de investimento financeiro menor, como as aveias", analisa Baldissera.
O trigo, para esta safra, tem área cultivada diminuída em 9,97%, passando de 1.331.013 hectares cultivados em 2024 para 1.198.276 hectares em 2025. Com uma produtividade 7,77% superior, de 2.997 kg/ha, a produção de trigo no Estado deve chegar a 3.591.330 toneladas, ou seja, uma redução de 2,95% se comparada com a safra passada, quando o RS produziu 3.700.521 toneladas de trigo.
"A diminuição da área de trigo, por não ser tão representativa, demonstra o profissionalismo do produtor, embora haja necessidade de mudar o planejamento para outras culturas, no caso de decisão por não plantar trigo, levando em conta acesso a crédito e custo de implantação da lavoura", avalia Baldissera, ao destacar o trigo como o cultivo com maior liquidez. "Já a aveia tem mercado mais restrito", diz.
A diminuição da área com trigo em 132.737 hectares é reflexo do risco climático, dos preços, baixa demanda por crédito para custeio, devido ao endividamento e à restrição ao Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) pelos produtores. Segundo o Banco Central, até o presente, em torno de 40% da área teve aporte financeiro com recursos do Plano Safra. Na safra passada, no mesmo período, 70% da safra já tinha sido financiada.
Em virtude do menor fomento e risco da cultura, a cevada apresenta redução de área de 21,97%, se comparada à safra passada, atingindo nesta safra uma área de 27.337 hectares, enquanto que em 2024 foram cultivados com cevada 35.036 hectares. Com uma produtividade média estimada em 3.200 kg/ha, a produção esperada para o Estado é de 87.413 toneladas, 19,90% menor do que a safra de 2024, quando foram produzidas 109.132 toneladas de cevada.