Agro

Após cinco meses em alta, preços da batata dão trégua ao consumidor

16 abr 2024 às 16:30

Depois de cinco meses de elevação, os preços da batata começaram a ceder nos principais mercados atacadistas do país, informou nesta terça-feira (16), a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Em março, a média ponderada das cotações do tubérculo teve queda de 21,14%, em relação à registrada em fevereiro, mas a maior redução foi verificada na Central de Abastecimento (Ceasa) do Distrito Federal (- 61,81%), seguida da Ceasa Rio de Janeiro (-32,02%) e da Central de Pernambuco (- 22,81%). 


Os menores preços da batata foram verificados devido à maior oferta do produto e ocorreram mesmo com a elevada pressão de demanda, impulsionada pelos pratos típicos da quaresma, em particular, a Semana Santa. A Conab apontou também que esse movimento de queda continua nas primeiras semanas de abril.


Para a alface também foi verificada uma média ponderada negativa em relação à média de fevereiro (-14,11%), influenciada pelo comportamento do preço na Ceasa em São Paulo, onde os preços caíram 28,0%. Outra Central que apresentou redução no preço da alface foi a do Distrito Federal (- 60,0%). A cenoura também ficou mais barata no último mês nos principais mercados atacadistas e a queda foi influenciada pela maior oferta da raiz nos entrepostos. Em março houve aumento na quantidade do produto no mercado de 8,3% em relação a fevereiro e 9,8% em relação a janeiro.


Em contrapartida, tomate e cebola ficaram mais caros. Para o bulbo, a alta chegou a 11,74% na média ponderada. Segundo a análise da Conab, os preços não cederam em março, influenciados pela maior presença no mercado da cebola importada, com a melhor qualidade da cebola, e com a continuação e concentração da oferta no Sul do país. Já no caso do tomate a elevação chega a 19,23% na média ponderada, explicada pela redução na oferta. Esse comportamento de diminuição da comercialização do tomate nas Ceasas é reflexo da escassez do fruto em ponto de colheita.


Frutas em alta 


Em março, o movimento preponderante para os preços da laranja, mamão e melancia foi de alta. A maior elevação foi registrada na média ponderada do mamão, com incremento de 22,44%. De acordo com a Conab, o calor e as chuvas no sul baiano e norte capixaba em fins de fevereiro e março, principais regiões produtoras da fruta, que comprometeram tanto o bom desenvolvimento quanto a qualidade e a colheita das frutas, influenciando na alta dos preços para as duas variedades de mamão.


No caso da laranja, houve elevação das cotações e pequeno aumento da comercialização, em meio à boa demanda e à continuidade da escassez da fruta nos pomares, no contexto de baixos estoques nacionais de suco e de altos preços, inclusive para contratos firmados para a próxima temporada. Para suprir a demanda no varejo, foi acelerada a colheita das laranjas precoces. A média ponderada de preços para a fruta no atacado teve alta de 10,39%.


A melancia teve aumento de preços e queda da comercialização na maior parte das Ceasas, exceto no DF e em Goiás, abastecidas por frutas de Uruana (GO). As safras baiana e gaúcha chegaram ao fim, e o incremento de oferta originário de Goiás e São Paulo foi lento, o que traz pressão de alta nas cotações

Apesar de uma leve queda na média ponderada, em março, o mercado atacadista de banana registrou elevação das cotações em alguns dos entrepostos atacadistas por causa primordialmente da restrição da oferta nacional, notadamente da banana prata, em período de entressafra na maioria das regiões produtoras. Essa configuração deve continuar pelo menos até maio, quando a produção historicamente aumenta em diversas zonas produtoras.


Já para a maçã, não houve grandes variações de preços, já que a oferta esteve controlada pelas companhias classificadoras das frutas, sendo as maçãs médias e grandes as preferidas pelos consumidores. Ainda assim, a quantidade comercializada aumentou na maioria dos entrepostos atacadistas influenciando na leve queda dos preços de 2,42%, ao considerarmos a média ponderada.

Exportações – No acumulado do primeiro trimestre de 2024, o volume total enviado ao exterior foi de 239,4 mil toneladas, queda de 5,88% em relação ao primeiro trimestre de 2023, e o faturamento foi de U$S 284,7 milhões (FOB), superior 12,31% em relação ao primeiro trimestre de 2023 e de 25,61% em relação ao mesmo período de 2022.