Em 2022, o mercado cafeeiro nacional foi influenciado por incertezas relacionadas ao mercado externo e ao campo nacional. Dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) mostram que, no primeiro semestre, as cotações do arábica estiveram acima dos R$ 1 mil por saca de 60 kg, influenciadas pela guerra entre a Rússia e a Ucrânia, que reforçou os entraves logísticos carregados desde o início da pandemia e elevou os preços dos insumos.
Vale ressaltar que os preços já estavam altos pela restrição de oferta, em especial no Brasil. Naquele período, investidores também se afastaram de commodities agrícolas, procurando outras mais rentáveis e com menor risco, contexto que influenciou os valores externos.
No campo, a seca e geadas ocorridas em 2021 trouxeram consequências para a produção de 2022/23 – a quebra de safra acabou sendo confirmada na maior parte das regiões produtoras, frustrando as expectativas iniciais de produção elevada, por conta da bienalidade positiva. Dados da Conab divulgados em dezembro/22 mostraram que a produção da safra 2022/23 foi de 50,9 milhões de sacas de 60 kg, aumento de 6,7% em relação à anterior.
Já no segundo semestre de 2022, o movimento de baixa nos preços do arábica predominou. Segundo pesquisadores do Cepea, a pressão veio da elevação dos juros e da inflação nos Estados Unidos e Europa, o que tende a diminuir a demanda, e do clima favorável nas lavouras brasileiras, que resultou em boas floradas e em consequente expectativa de produção maior para a próxima temporada.