Três patas de caprinos foram localizadas em uma mala pelo serviço de Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro) do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. O passageiro que embarcou com a bagagem, na África, não foi localizado e os membros foram apreendidos e serão destruídos, já que há risco da reintrodução da febre aftosa no Brasil. As patas não estavam embaladas ou apresentavam qualquer tipo de cuidado na manutenção.
Na semana passada, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) recebeu, na França, a certificação de país livre de febre aftosa sem vacinação, conferida pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). A introdução de microrganismos junto com o material encontrado poderia colocar em risco o rebanho nacional e reclassificar o status sanitário.
De acordo com o Vigiagro de Guarulhos, alguns países da África não possuem o status de livre de febre aftosa reconhecido oficialmente pela OMSA e enfrentam desafios no controle e erradicação da doença. Devido à ausência desse reconhecimento de áreas livres da doença, as exportações de produtos de origem animal desses países enfrentam restrições sanitárias em diversos mercados internacionais.
Além do risco de introdução da febre aftosa, produtos como as patas apreendidas podem veicular outras doenças infecciosas de interesse pecuário. Como não havia qualquer identificação, não é possível determinar a origem, os tratamentos sanitários realizados ou o status sanitário do rebanho de onde vieram os animais. Essa falta de rastreabilidade aumenta significativamente o risco à saúde animal no Brasil caso o produto ingressasse no País.
A importação de animais, material genético e de produtos de origem animal não comestíveis somente pode ser realizada com o cumprimento dos requisitos sanitários definidos pelo Departamento de Saúde Animal (DSA) e acompanhada de Certificado Veterinário Internacional previamente acordado pelo DSA com os serviços veterinários oficiais dos países exportadores.