Agro

Galinhas produzem 1700 ovos por segundo no Brasil e brasileiro come 269 ovos por ano

12 dez 2024 às 22:16

O ovo foi a proteína animal que ficou mais barata em 2024. Durante quase sete meses, o preço do ovo caiu consideravelmente devido à alta da oferta nas granjas. Foram 1.700 ovos por segundo produzidos no Brasil durante o ano. O consumo, também disparou e, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o ano deve ser encerrado com uma média de consumo de 269 ovos por pessoa no Brasil. “O consumidor brasileiro nunca comeu tanto ovo”, diz o presidente da ABPA, Ricardo Santin.


“Há expectativas otimistas sobre o incremento no consumo de ovos no Brasil, alcançando patamares nunca antes experimentados, o que reforça a consolidação da proteína como item básico de consumo no país. No mercado internacional, espera-se a abertura do mercado do bloco europeu e do Reino Unido para o produto já no próximo ano, o que deverá mudar o fluxo de exportações”, ressalta Santin.


A ABPA realizou nesta quinta-feira (12) a divulgação anual dos dados do setor no ano. Em 2024, o setor de ovos bateu um recorde de produção, com 57,6 bilhões de unidades, quase 10% a mais que no ano passado. As exportações de ovos registraram queda, de 29%, com 18 mil toneladas embarcadas. No ano anterior, as exportações haviam totalizado 25 mil toneladas.


"O ovo deixou de ser uma proteína vilã da saúde para ser uma aliada, é o segundo melhor alimento disponível na natureza, após o leite materno e os consumidores estão acompanhando este avanço nas pesquisas que apontam a saudabilidade de ovos", diz Santin.


Os representantes das agroindústrias projetam que o ano que vem deve ser bom para o setor de ovos. A produção é estimada em 59 bilhões de unidades de ovos, 1800 unidades por segundo, as exportações devem chegar a 21 mil toneladas e o consumo, projetado em 272 ovos por habitante, em média. “Será o maior consumo já registrado”.


Ovo previne doenças cerebrais, aponta pesquisa


Um estudo publicado no Food Bioscience revisitou o papel fundamental dos ovos na saúde do cérebro, especialmente na prevenção de doenças neurodegenerativas, como o Mal de Alzheimer. A revisão científica investiga a ligação entre o consumo de ovos e a doença de Alzheimer (DA), destacando a importância dos nutrientes essenciais presentes no ovo, como colina, ácido docosahexaenoico (DHA) e triptofano (TRP).


Os resultados indicam que o ovo desempenha um papel crucial na preservação das funções cognitivas e na mitigação do risco de declínio cognitivo relacionado à idade.


Um dos pontos principais do estudo é a desmistificação do colesterol encontrado no ovo. Durante anos, os ovos foram vistos com desconfiança devido ao seu alto teor de colesterol, mas estudos recentes mostram que, o consumo moderado de ovos, não eleva significativamente os níveis de colesterol no sangue em pessoas saudáveis.


O estudo também destaca que os ovos contêm fosfolipídios, substâncias que podem ajudar a reduzir a absorção de colesterol pelo organismo. Isso torna o ovo não apenas um alimento seguro, mas um importante aliado na manutenção da saúde cardiovascular e cerebral.


"É hora de desconstruir mitos. O ovo é um alimento democrático, acessível e completo. Estamos comprometidos em ampliar os conhecimentos do consumidor em relação aos verdadeiros benefícios desse superalimento", afirma André Carvalho, diretor da Mantiqueira Brasil.


Componentes do ovo que ajudam na saúde cerebral


Colina – presente principalmente na gema do ovo, é precursora da acetilcolina, neurotransmissor vital para memória e aprendizado. Estudos indicam que a ingestão regular de colina pode ajudar a reduzir a neuroinflamação e fortalecer as membranas das células cerebrais, essencial para a manutenção de uma boa saúde cognitiva.


DHA- ácido graxo essencial encontrado em ovos enriquecidos com Ômega-3 tem demonstrado ser crucial para a fluidez das membranas neuronais, funcionando como um protetor natural contra a formação de placas características da progressão do Alzheimer.


Triptofano- aminoácido precursor da serotonina, ajuda na regulação do humor e no sono, além de reduzir a neurotoxicidade associada ao Alzheimer.