O ministro da agricultura, Carlos Fávaro, confirmou que três amostras que estavam em análise, sob suspeita de gripe aviária de alta patogenicidade (IAAP) tiveram resultado negativo para o vírus. A informação foi divulgada pelo ministro no início da noite desta segunda-feira (19). A pasta ainda aguarda outros quatro resultados, que devem ser anunciados nesta terça-feira (20).
De acordo com Fávaro, negativaram as amostras coletadas em Nova Brasilândia (MT), Triunfo (RS) e Grancho Cardoso (SE). Todas eram de aves de subsistência. As amostras que ainda estãos sendo processadas foram coletadas em granjas comerciais localizadas em Aguiarnópolis (TO) e Ipumirim (SC) e em uma propriedade doméstica localizada em Salitre, no Ceará. No início da noite desta segunda-feira, uma nova investigação, com amostras coletadas em uma propriedade próxima a Montenegro, teve início.
As investigações acerca do caso positivo de Montenegro e das aves do Zoológico de Sapucaia do Sul passam por uma análise genômica para determinar a origem e cepa do vírus. “Nós sabemos que era a gripe aviária de alta patogenicidade (IAAP), mas precisamos entender se os dois casos são os mesmos tipos de vírus”, afirmou o ministro.
Até a tarde desta segunda-feira (19), 11 países haviam notificado o Brasil com suspensões aos produtos avícolas produzidos em todo o país: China, União Europeia (27 países), México, Coreia do Sul, Chile, Canadá, Uruguai, Malásia, Argentina. Cuba e Barhein suspenderam apenas os produtos produzidos no Rio Grande do Sul, enquanto o Japão, suspendeu apenas os produtos da cidade de Montenegro.
O governo de Singapura notificou o governo brasileiro que não importaria produtos do raio de 10 quilômetros, porém, de acordo com Fávaro não há nenhuma outra agroindústria exportadora nessa área. Para outros países que possuem acordos zoossanitários com o Brasil, os certificados (documento necessário para a exportação) deixaram de ser emitidos. Os Estados Unidos, atualmente o maior importador de ovos brasileiros, não emitiu nenhuma notificação de suspensão aos produtos avícolas brasileiros.
Fávaro explicou que, após a finalização das ações de desinfecção da granja em Montenegro e das propriedades localizadas no raio de 10 quilômetros, se não houver o registro de nenhum outro caso positivo de gripe aviária, o Brasil dá início, a partir do dia 21 de maio, a contagem de 28 dias para retomar as exportações. “Se neste período, ou até menos, em 15 dias, não for registrado nenhum outro caso de gripe aviária no país, o status livre da doença é restabelecido”, diz. “É um período [28 dias] suficiente para a quebra do ciclo do víru H5N1”.
Fávaro disse que passará a discutir, a partir desta terça-feira (20), a criação de um fundo de auxílio a produtores rurais atingidos por epidemias. “Existem fundos municipais, estaduais e até privados, mas defenderei que exista um fundo nacional para auxiliar produtores nestas situações [de doenças e epidemias]”, disse.
O ministro acredita que, apesar de uma possível aumento da oferta de carne de frango e ovos no mercado, os preços dos alimentos não devem cair significativamente. “Eu acredito que haverá uma estabilidade nos preços de carne de frango e ovos no Brasil. O preço de ovos já vinha caindo antes da gripe aviária e as exportações de ovos não devem ser afetadas”, afirma. “Até porque 70% dos produtos avícolas produzidos permanecem no mercado interno”.