A mancha foliar causada pelo fungo Phaeosphaeria maydis representa uma das maiores ameaças à produtividade de milho em regiões produtoras. Sob condições climáticas favoráveis ao desenvolvimento da doença, as perdas podem ultrapassar 60%, tornando a gestão desse patógeno essencial para garantir safras estáveis.
Impactos na produtividade
A doença afeta o ciclo da planta, reduzindo o processo de enchimento de grãos e acelerando a seca prematura das folhas. Em infecções severas, o impacto direto na fotossíntese é alarmante: folhas com 20% de severidade apresentam uma redução de até 50% na taxa fotossintética líquida, comprometendo o crescimento e o peso dos grãos. Os danos são mais severos quando as condições climáticas incluem alta umidade relativa e temperaturas moderadas, típicas de altitudes acima de 600 metros.
Condições para a disseminação
O ciclo da mancha foliar depende de fatores ambientais e da presença de restos culturais, que servem como fonte do inóculo primário. A disseminação ocorre pelo vento e pela chuva, sendo mais intensa entre novembro e março. O fungo ainda sobrevive por longos períodos no solo, favorecendo o aumento do inóculo em sistemas de plantio direto.
Sintomas e progressão da doença
Os primeiros sinais incluem lesões pequenas, aquosas e circulares nas folhas inferiores, que evoluem rapidamente para manchas necróticas maiores, com bordas escuras. À medida que a doença progride, as lesões podem coalescer, resultando na necrose parcial ou total das folhas e, em estágios avançados, atingindo até as palhas das espigas. A alta severidade é frequentemente observada após o estágio de pendoamento (VT).
Controle
Controlar a mancha foliar requer ações integradas:
- Uso de cultivares resistentes: Reduz a vulnerabilidade da lavoura ao patógeno.
- Rotação de culturas: Minimiza a concentração do inóculo no solo.
- Adubação equilibrada: Fortalece as plantas contra a infecção.
- Aplicação de fungicidas: Deve ser realizada com base em orientações técnicas específicas para a cultura.
- Atenção ao Clima e ao Manejo
- Produtores em regiões suscetíveis devem redobrar a atenção ao monitorar condições climáticas, especialmente em períodos de alta umidade e chuvas frequentes. Planejar a época de plantio e adotar boas práticas de manejo são medidas essenciais para mitigar os impactos da doença e preservar a produtividade.