A presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, participou nesta sexta-feira (6) do painel sobre a segurança alimentar no Global Agribusiness Festival (GAFFFF), o maior evento de cultura agro do mundo. O painel ainda contou com as presenças de Guilherme Bastos, coordenador da FGV Agro, Gustavo Herman, diretor da Koppert e Gabriel Cid, presidente da Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ) e da moderadora, Maria Siqueira, diretora da iniciativa Pacto contra a Fome.
A presidente da Embrapa conversou com exclusividade com a Band durante o GAFFFF 2025, e contou mais alguns detalhes de como a Embrapa avança na adaptação dos biomas à produção agrícola e a segurança alimentar. “Temos novos desafios, pois a agricultura brasileira hoje não é apenas a produção de alimentos, mas produção de energia, fibras, áreas ligadas à saúde, nutrição, gastronomia….isso é fundamental para a gente incentivar o produtor a adotar cada vez mais sistemas regenerativos”, disse. Ela ainda ressaltou que a Embrapa está trabalhando junto ao Mapa para recuperar pastos degradados pelo país e em projetos de descarbonização da produção.
Durante o painel, ela afirmou que a realização da COP30 no Brasil é uma oportunidade única do país mostrar o potencial do agronegócio sustentável para o resto do mundo. “A COP30 marca o início de uma nova era e que nós podemos implementar na agropecuária brasileira. Não podemos perder essa oportunidade”, disse. De acordo com ela, o atual momento da agropecuária brasileira pode ser considerado ‘o terceiro passo da agricultura brasileira’, que após vencer desafios como a expansão da agricultura pelo país e a competitividade, agora busca provar a sustentabilidade do setor.
Guilherme Bastos, da FGV, defendeu que a discussão entre produção de alimentos orgânicos e os transgênicos não deveria existir quando a preocupação é a segurança alimentar, já que os dois setores seguem regras rígidas de segurança sanitária e desempenham papeis importantes em relação á produção de alimentos. Além disso, ele também reforçou a importância dos agricultores familiares no agro nacional. "Temos que manter a competitividade dos grandes proprietários e aproximar os pequenos produtores, é fundamental integrar a cadeia de produção toda. As políticas públicas de execução tem que ter esse foco, para garantir a renda para os produtores e a geração de excedente para a segurança alimentar global”, disse.
O executivo Hermann, da Koppert, defendeu a redução do uso de agroquímicos no campo, que podem comprometer a qualidade do solo e da produção de alimentos no longo prazo. Ele defendeu o uso de defensivos biológicos como alternativa para problemas como a resistência de pragas e doenças às moléculas sintéticas.
O pecuarista Gabriel Cid reforçou, no debate, que os investimentos em infraestrutura devem ser pauta prioritária, para que os produtores e ciradores consigam exportar o excedente da produção. Ele também reforçou que o agro brasileiro precisa saber se comunicar melhor com o resto do mundo. 'Temos que sair da defensiva, mostrar o trabalho que vem sendo aqui e provocar o resto do mundo", afirmou. “Nosso Código Florestal é o mais rígido do mundo e conseguirmos produzir alimentos”.