A Academia Brasileira de Cinema divulgou hoje o nome da produção escolhida. "É uma resposta para esse Brasil que acaba de ter um 11 de setembro com decisões do nosso judiciário, que finalmente se impõe, com um Brasil mais justo", disse Sara Silveira, presidente da comissão.
O Oscar está marcado para o dia 15 de março de 2026. A primeira pré-seleção será divulgada no dia 16 de dezembro de 2025, e a lista final de indicados será anunciada no dia 22 de janeiro de 2026.
Sobre o que é o filme brasileiro
O longa se passa no Recife de 1977, quando Marcelo (Wagner Moura) —um especialista em tecnologia marcado por um passado que insiste em assombrá-lo — retorna à sua cidade natal em busca de redenção. O que ele encontra, porém, é um Brasil dilacerado pela ditadura militar, em que os traumas da repressão política se confundem com suas próprias cicatrizes pessoais.
À medida que mergulha nesse universo de sombras, Marcelo descobre que nem mesmo sua experiência tecnológica poderá apagar as verdades dolorosas que emergem das ruas da capital pernambucana. Na cidade, passado e presente colidem em um thriller político repleto de tensão e questionamentos existenciais. O filme usa a ditadura militar como pano de fundo para falar sobre memória, tecnologia e as cicatrizes que o país ainda carrega.
Filmado no Recife, Brasília e São Paulo, com pós-produção na Europa, "O Agente Secreto" é uma coprodução internacional.
O filme foi aplaudido ininterruptamente por 9 minutos em sua estreia no Festival de Cannes. Críticos internacionais, como David Ehrlich, do IndieWire, comparam o longa ao premiado "Ainda Estou Aqui" (2024), de Walter Salles, destacando que ambos abordam a violência de Estado, mas com linguagens distintas.
"Enquanto 'Ainda Estou Aqui' denuncia o desaparecimento de Rubens Paiva, 'O Agente Secreto' mostra como a memória resiste, mesmo quando tentam apagá-la", afirmou Ehrlich.
A produção rendeu o prêmio de melhor ator, em Cannes, para Wagner Moura. A conquista é inédita.