Um menino brasileiro de 9 anos teve dois dedos decepados dentro de uma escola em Cinfães, região central de Portugal. A família afirma que o estudante, José Lucas, teve a mão propositalmente prendida na porta do banheiro por dois colegas, sem chance de reação. O caso ocorreu na segunda-feira (10) e foi divulgado pela mãe, Nívia Estevam, nas redes sociais.
Segundo Nívia, o filho já vinha sofrendo episódios de violência escolar na Escola Básica da Frente Coberta, localizada a cerca de 130 km do Porto. Ela relata que, após fechar a porta sobre a mão do menino, os outros alunos teriam pressionado a estrutura até amputar os dedos. Sem conseguir ajuda imediatamente, José Lucas precisou se arrastar para pedir socorro.
Funcionárias da escola estancaram o sangue, colocaram gelo e ligaram para a família. Nívia afirma que, naquele momento, a gravidade foi minimizada: a professora teria dito apenas que os dedos foram “esmagados”. Ela só percebeu a real dimensão do caso quando foi informada de que chamariam uma ambulância. A mãe também acusa a escola de ter jogado fora parte dos dedos amputados e entregado apenas fragmentos aos paramédicos.
Cirurgia e sequelas
O menino passou por uma cirurgia de três horas. Não foi possível reimplantar os dedos, mas parte do tecido de um deles foi usada para cobrir uma região com osso exposto. José Lucas perdeu parte do dedo indicador e do dedo médio. Ele ficou internado por um dia e já recebeu alta.
Nívia afirma que o local do acidente foi rapidamente limpo “para não assustar as crianças” e que o episódio foi tratado como uma “brincadeira”.
A mãe diz ainda que o filho já havia sido vítima de outros episódios de violência, incluindo puxões de cabelo, pontapés e marcas no pescoço. Mesmo com as queixas, a direção da escola teria relativizado os relatos, afirmando que “crianças mentem”.
Investigação
A escola abriu um inquérito interno e comunicou o caso à polícia portuguesa. A Comissão de Proteção de Crianças e Jovens também iniciou uma investigação e designou uma assistente social para acompanhar a família.
O Ministério da Educação de Portugal ainda não se manifestou. A família pretende recorrer à Justiça com apoio de uma advogada.