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Estudante de medicina de 22 anos faz laqueadura e defende liberdade: "É um sonho realizado"

“Desde os 13 anos eu pensava sobre o futuro, e já sabia que não queria ter filhos"
07 ago 2025 às 21:52
Por: Band

A decisão de não ser mãe ainda é cercada de tabus, julgamentos e obstáculos no Brasil — especialmente quando parte de mulheres jovens. Gael Ribeiro do Nascimento, estudante de medicina de 22 anos, enfrentou tudo isso de frente para realizar um sonho: fazer a laqueadura. A cirurgia, realizada na última terça-feira (5) simboliza, para ela, não uma perda, mas a sua liberdade.


“Desde os 13 anos eu pensava sobre o futuro, e já sabia que não queria ter filhos. A medicina e a laqueadura sempre foram sonhos para mim. Literalmente sonhos”, conta Gael.


Natural de Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo, ela relata que a decisão de não ser mãe sempre foi alvo de críticas. “Muita gente diz que é precipitado, que eu vou me arrepender. Mas são nove anos ouvindo essas opiniões, e nada mudou dentro de mim. Ao contrário, só reafirmei minha certeza”, diz.

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O caminho até a cirurgia


Apesar de ter convênio desde os 9 anos de idade — graças ao esforço da mãe, que sempre priorizou a saúde da filha — e do Ministério da Saúde garantir que o procedimento pode realizado para qualquer mulher a partir dos 21 anos, Gael disse que o caminho para a realização da cirurgia não foi tão fácil.


"Passei de ginecologista em ginecologista, e todos diziam que eu era muito nova. Cansei de ouvir que era uma decisão delicada demais para a minha idade.”


Diante das negativas do sistema privado, a estudante resolveu tentar pelo SUS, mesmo sabendo que o processo seria mais demorado. Ela iniciou o protocolo exigido:


  • Manifestou seu desejo de realizar o procedimento
  • Participou das palestras sobre planejamento familiar
  • Esperou os 60 dias obrigatórios de reflexão entre a manifestação da vontade e o ato cirúrgico com o nome incluído na lista de espera do sistema público, ela voltou ao convênio, determinada a não ocupar o lugar de quem realmente precisa da rede pública.  


“Mostrei o protocolo do SUS ao ginecologista e disse: ‘Eu tenho convênio, tenho direito. Está na lei.’ Ele teve empatia, me encaminhou para o planejamento familiar pelo convênio — mas eu tive que refazer todo o processo.”


Gael então repetiu todas as etapas: palestras, período de espera, confirmação da decisão. O processo completo começou em março de 2024. Quase um ano e meio depois, ela finalmente passou pela cirurgia.


“A operação durou uma hora e meia. Fiz na terça e já tive alta no mesmo dia. A recuperação está sendo tranquila”, diz ela, empolgada.  


Como acompanhante, esteve a mãe, que no passado resistiu à ideia, mas hoje é sua maior incentivadora. “Ela me apoiou em tudo. No começo, não queria nem que eu tomasse anticoncepcional. Mas com o tempo, nossa intimidade aumentou e hoje ela respeita completamente minhas escolhas.”


“Não quero filhos, nem casamento”


A decisão de Gael não está relacionada a traumas ou relacionamentos frustrados. “Já namorei quando eu tinha 16 anos. Foi um namoro ótimo, mas percebi que aquilo não era para mim. Tem muita cobrança, muito ciúme, e eu valorizo demais a minha liberdade.”


Hoje, ela diz não desejar relacionamentos afetivos fixos. “Às vezes eu fico com alguém, como qualquer pessoa, mas não quero compromisso. Quero liberdade em todos os aspectos da minha vida.”


Gael também afirma que sua escolha tem uma forte dimensão social. “As mulheres são as que geram, que carregam, que amamentam, que cuidam. A carga da maternidade é quase toda nossa. Não quero isso para mim.”


Além de se dedicar integralmente à medicina, Gael diz que deseja devolver algo à cidade onde nasceu. “Sem filhos, vou poder me dedicar mais à minha comunidade, ajudar mais gente. Isso é parte do que eu acredito que posso fazer de melhor.”


“Minha felicidade está acima do julgamento dos outros”

Questionada sobre a possibilidade de arrependimento, ela é categórica: “Não existe essa dúvida. Foi um processo longo, pensado e amadurecido. É o que eu quero, o que eu sempre quis. Eu estou muito feliz.”


Para outras mulheres que pensam em seguir a mesma decisão, ela deixa um recado: "Escutem o que vocês sentem e pensem no que querem para o próprio futuro. O corpo é nosso. A vida é nossa. Não deixem que outras pessoas decidam por vocês."

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