O Ministério Público arquivou uma investigação sobre omissão da prefeitura de Porto Alegre na grande enchente de maio de 2024. A cidade ficou debaixo de água por cerca de um mês, cinco pessoas morreram e milhares ficaram desabrigadas.
Para o MP, o sistema de proteção contra as cheias, construído pela União na década de 70, nunca havia sido totalmente testado. A referência, até então, era a enchente histórica de 1941, quando o Guaíba chegou a 4,75 metros de altura, cerca de 60 a menos do que ano passado.
Segundo especialistas, além do alto volume de chuva, houve outros motivos para a inundação. Um deles foi a falha na comporta de número 14.
“Ali entrou um volume de água que se a gente somasse todas as casa de bombas a gente não teria como. Falhou, falhou porque não foi testada, porque não foi verificado seu funcionamento”, explicou Fernando Dornelles, vice-diretor do Instituto de Pesquisas Hidráulicas ao Jornal da Band.
Sobre a decisão, a prefeitura disse que os promotores reconheceram que o município atuou de forma adequada e responsável.
“A gente tem que ter uma cultura de prevenção, saber a condição. A gente aprendeu da pior maneira a catástrofe que sofreu”, completou o vice-diretor.