O empresário Eduardo Saudino, 37, foi preso ontem pela morte da namorada, a cerimonialista Emília Oliosi Breda, que tinha 26 anos quando morreu, em acidente ocorrido em fevereiro do ano passado.
O que aconteceu
- Eduardo Saudino foi preso após a Justiça torná-lo réu pela morte de Emília mais de um ano depois do ocorrido. O empresário foi detido por agentes da Delegacia de Delitos de Trânsito e levado para Vitória.
- Justiça tornou Eduardo réu pelo acidente que resultou na morte da namorada. O Tribunal de Justiça capixaba aceitou na segunda-feira a denúncia oferecida pelo Ministério Público Estadual, e o empresário agora responde por homicídio duplamente qualificado, com dolo eventual.
- Na época do acidente, Eduardo alegou que era Emília quem estava ao volante, segundo o MP. Entretanto, a promotoria afirma que o empresário mentiu, pois quem pilotava o veículo era ele.
- Promotoria alega que Eduardo dirigia o veículo alcoolizado quando ocorreu o acidente que tirou a vida de Emília. Ainda de acordo com a denúncia do MP, o empresário trafegava em alta velocidade e estava com a licença para dirigir suspensa.
- Defesa do empresário é feita pelo advogado Fernando Ottoni. Ao UOL, ele informou que já teve acesso ao conteúdo da decisão que embasou a prisão e está "tomando as medidas judicias cabíveis".
Entenda o caso
- Emília Oliosi Breda morreu em acidente de trânsito no dia 15 de fevereiro de 2024. O acidente fatal ocorreu no dia em que a cerimonialista celebrava o aniversário de 26 anos e viajava ao lado do namorado.
- Vítima estava no banco do passageiro e ficou presa nas ferragens. Eduardo Saudino, que pilotava, foi lançado para fora do veículo, sofreu ferimentos na cabeça e membros inferiores, recebeu atendimento e ficou bem.
- Saudino chegou a dizer que era Emília quem estava na direção do carro no momento do acidente, alega o MP. Por esse motivo, o caso foi considerado, inicialmente, como um acidente normal de trânsito.
- Promotoria investigou o caso e apontou que, na verdade, o piloto era Eduardo, não Emília. Ele, porém, não tinha permissão para dirigir porque estava com a CNH suspensa, estava embriagado e pilotava em alta velocidade, conforme a denúncia aceita pela Justiça.
- MP afirma que Eduardo assumiu o risco do acidente. "O denunciado conduzia o veículo sem a devida permissão para dirigir, apresentando sinais que indicavam capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool e em alta velocidade, quando perdeu o controle da direção do veículo e colidiu contra um bloco de concreto lateral a via, sofrendo capotamento e colidindo diversas vezes contra o solo, vindo a parar após esses impactos, invadindo a vegetação existente às margens da rodovia", diz a denúncia.
- Defesa chamou de "narrativa" a versão apresentada pelo MP. De acordo com Fernando Ottoni, "não existe nenhuma prova produzida nos autos capaz de suportar esse versão acusatória" de que o empresário estava embriagado e dirigia em alta velocidade.
- A defesa afirma veementemente que as alegações são completamente falsas e que não existe qualquer elemento de informação capaz de comprovar o apontado pela acusação.Fernando Ottoni
- Ottoni admitiu que era Saudino quem pilotava o carro, mas ressaltou que o empresário não se recorda de ter dito que era Emília a responsável pela condução no momento do acidente. "Ele não possui recordações claras do evento após a colisão, isso porque, conforme registrado no inquérito policial, por ocasião do acidente, Eduardo foi ejetado do veículo pelo para-brisa, vindo a sofrer ferimentos lacerantes por todo o seu crânio".
- Defesa reiterou que o acidente foi uma "infelicíssima fatalidade" e que Eduardo "sempre amou" Emília. "Em momento algum, ele assumiu o risco de produzir o resultado do acidente, como alega o MP, e também não existe qualquer elemento de informação capaz de corroborar a versão acusatória. A defesa buscará provar a inocência de Eduardo durante a instrução processual".