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Padre é flagrado com noiva de fiel em casa paroquial

O padre aparece na gravação sem camisa. A mulher havia se trancado dentro do banheiro da casa paroquial após a chegada do companheiro
15 out 2025 às 19:42
Por: Maurício Businari - UOL
Foto: Reprodução

A Diocese de Diamantino (MT) abriu uma investigação para apurar a conduta de um padre que foi flagrado com a noiva de um fiel dentro da casa paroquial da igreja, na cidade de Nova Maringá, distante 392 km de Cuiabá. Já a Polícia Civil apura a possível divulgação indevida das imagens.

Padre pode ser afastado?

Toda investigação canônica começa com uma apuração preliminar conduzida pelo bispo da diocese. O padre Ziad Alkhoury, mestre em direito canônico pela Pontifícia Universidade Lateranense de Roma, explica que essa fase, chamada informatio praevia, serve para reunir provas e depoimentos antes da abertura de um processo formal. "O bispo avalia se há fundamento suficiente para instaurar o processo e, se necessário, comunica a Santa Sé para garantir que todos os passos sejam conduzidos conforme o direito xanônico", afirma.


O processo disciplinar tem caráter pastoral e busca a correção, não apenas a punição. Segundo o canonista, a Igreja evita exposição pública e julgamentos precipitados. "Cada processo tem uma dimensão humana e espiritual. A meta não é condenar, mas ajudar o sacerdote a retomar a coerência entre seu ministério e seu testemunho público", diz o padre Ziad.


Se houver indícios de falta grave, o bispo pode instaurar um processo penal eclesiástico. O acusado é formalmente notificado, tem direito de defesa e pode constituir advogado próprio, conforme o cânone 1723. "O promotor de justiça representa a Igreja, e o caso pode ser julgado por um tribunal diocesano ou remetido ao Vaticano, conforme a gravidade", explica. Casos mais graves são supervisionados pela Congregação para a Doutrina da Fé, e os demais pela Congregação para o Clero.

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Durante o processo, o bispo pode adotar medidas preventivas para evitar escândalo público ou prejuízo pastoral. O cânone 1722 autoriza o afastamento cautelar do sacerdote, a restrição de suas funções e até a proibição de residir na paróquia. "Essa medida é de caráter administrativo, não punitivo. Serve para proteger tanto a comunidade quanto o próprio padre, até que o processo chegue a uma conclusão definitiva", afirma Alkhoury, que também é pároco da Catedral Noss Senhora do Paraíso, em São Paulo, e doutor pela Faculdade de Direito Canônico São Paulo Apóstolo.


As penalidades variam conforme a gravidade da infração e seguem gradações previstas pelo Código. O cânone 1339 trata de advertências e correções formais, enquanto o cânone 1395 aborda os delitos contra o sexto mandamento, que incluem violações ao voto de castidade. "Em casos de escândalo público, o padre pode ser suspenso, proibido de exercer o ministério ou até demitido do estado clerical. Mesmo assim, ele tem direito a recorrer à Santa Sé, e a decisão final é homologada pelo Vaticano", afirma o especialista.

Voto de castidade

Padres são proibidos de manter relações afetivas e sexuais. O voto de castidade é um dos pilares da vida sacerdotal e expressão de entrega integral à missão da Igreja. O cânone 277 §1 estabelece que os clérigos devem "observar a continência perfeita e perpétua por causa do Reino dos Céus", e que a fidelidade a esse compromisso está diretamente ligada à credibilidade do ministério.


A castidade é um sinal público da consagração do sacerdote e da sua dedicação exclusiva a Deus. Segundo o padre Ziad, ela simboliza "uma disponibilidade total ao serviço dos fiéis". A quebra desse compromisso, explica, pode causar escândalo e dano espiritual à comunidade. "O sacerdote representa a presença de Cristo, e sua vida precisa refletir essa entrega", afirma.


Quando a conduta do padre fere esse testemunho, o problema deixa de ser privado e se torna pastoral. A Igreja considera o voto de castidade uma obrigação assumida livremente. "O padre é chamado a viver coerência entre o que prega e o que vive. A incoerência fere a confiança dos fiéis e o próprio sentido do sacerdócio", diz o canonista.


Mesmo que seja afastado definitivamente, o padre não deixa de ser considerado sacerdote para a Igreja. A laicização, segundo o padre Ziad, "não apaga a ordenação, mas retira o direito de exercer o ministério publicamente e de usar sinais externos do sacerdócio". A decisão é reservada à Santa Sé e ocorre apenas em casos de comprovada gravidade moral ou escândalo público.

Entenda o caso

Vídeo que mostra o padre Luciano Braga Simplício com a noiva de um fiel dentro da casa paroquial provocou forte repercussão entre os fiéis da região. As imagens, gravadas pelo próprio noivo, começaram a circular nas redes sociais no início de outubro. Simplício foi procurado por meio da Diocese, mas não houve retorno. O espaço está aberto para manifestação.


O padre aparece na gravação sem camisa. A mulher havia se trancado dentro do banheiro da casa paroquial após a chegada do companheiro. Nas imagens, o noivo pede a mulher que abra a porta, mas ela não abre. Na sequência, ele arromba a porta e flagra a companheira escondida embaixo da pia do banheiro.


Simplício deletou perfis que mantinha ativo nas redes sociais. Porém, em áudio que circula nas redes sociais, ele alega que a mulher havia pedido permissão para usar o quarto externo da casa paroquial para trocar de roupa e tomar banho.


Sacerdote alega que a fiel havia passado a manhã na igreja. "Ela brincou 'padre, vou dormir ali', e eu disse que era para ela dormir do lado de fora. Ela estava sozinha e o menino [noivo] tinha viajado", diz ele.


Identidade da noiva não foi divulgada, por esse motivo não foi possível contatá-la para pedir posicionamento. O espaço segue aberto para manifestação. A cidade onde tudo ocorreu é uma das menores de Mato Grosso, com pouco mais de cinco mil habitantes.


A divulgação das imagens levou a Diocese de Diamantino a abrir uma apuração interna e a Polícia Civil a instaurar inquérito. A Diocese informou que "todas as medidas canônicas previstas já estão sendo devidamente tomadas" e pediu "compreensão e oração de todos", em nota assinada pelo bispo Dom Vital Chitolina.


A investigação policial apura possível crime de divulgação indevida de imagens íntimas. A ocorrência foi registrada por um familiar da jovem de 21 anos no último dia 13 de outubro, no bairro Jardim Europa, em Nova Maringá, e encaminhada à Delegacia de São José do Rio Claro. Segundo a Polícia Civil, o inquérito está em fase inicial e "mais detalhes não serão divulgados para não comprometer o andamento dos trabalhos".

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