Após a alta hospitalar, Reginaldo Aparecido dos Santos, conhecido como “Javali” ainda está debilitado por conta das agressões que sofreu após ser acusado injustamente por um crime que não cometeu. Ele ainda tem feridas pelo corpo. Algumas causadas pela doença, já que ele possui cirrose hepática.
“Eu estava vomitando sangue, não tomei meus remédios. Nunca
tinha passado por isso. Foi a primeira vez na cadeia”, afirmou Reginaldo. Ele
foi preso no dia 26 de março, após ser espancado por moradores da região, que
acreditavam que ele era o assassino de Marley Gomes de Almeida, de 53 anos, e a
neta dela, Ana Carolina Almeida Anacleto, de 12 anos. As duas foram encontradas
com as mãos amarradas e mortas a facadas.
A liberdade de Javali só veio após a confissão de João
Vitor Rodrigues, de 24 anos, vizinho das vítimas, que assumiu a autoria do
crime. O homem havia sido beneficiado pela “saidinha temporária” da prisão. Ele
entrou na casa para roubar e acabou matando as duas. Na prisão, ele chegou a
conversar com Reginaldo.
“Eu não tinha nada a ver com isso. Eu perdoei o verdadeiro
assassino, mas e a minha vida? Como é que eu reconstruo agora?”, relatou.
Durante os 43 dias em que esteve detido na PEL (Penitenciária Estadual de
Londrina), Reginaldo não teria recebido os medicamentos necessários para o
tratamento da cirrose, o que contribuiu para que a saúde do homem ficasse
debilitada.
A defesa de Javali já avalia medidas judiciais contra o
estado. Segundo o advogado, além de ter sido preso injustamente, ele não
recebeu o cuidado médico adequado.
“Vamos buscar reparação. Ele perdeu a saúde, a dignidade, e
o estado precisa responder por isso”, disse Claudinei Cabral, advogado da
vítima.
Além da saúde debilitada, Reginaldo teve a casa depredada
enquanto esteve preso. Ele não tem para onde ir. A assistência social de
Jataizinho presta o apoio ao homem
Mesmo com o apoio, ele tenta se reerguer, mas está
traumatizado e com medo. O tempo na prisão, a violência que sofreu e a perda do
pouco que tinha, tornou tudo mais difícil.
Para ajudar Reginaldo, os interessados podem entrar em
contato por meio do telefone (43) 99606-6468 – Valéria Marques.