Famílias de alunos de um Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) de Cascavel seguem em busca de respostas após a revelação de que um agente de apoio condenado por abuso sexual de uma criança de 3 anos continuou atuando na unidade por anos, mesmo após o início das investigações. O servidor foi condenado a 30 anos de prisão, mas só foi exonerado do cargo no fim de 2023, embora o caso tenha ocorrido em 2019.
Revoltados com a demora no desfecho do processo administrativo, que deveria ter sido concluído em até 120 dias, os pais estão recorrendo à Justiça por conta própria. Segundo a Secretaria de Educação, todas as medidas cabíveis foram tomadas, e o processo foi encaminhado à Corregedoria do Município. No entanto, a sindicância interna aberta pela Prefeitura busca entender os motivos da demora de mais de quatro anos para a exoneração definitiva do servidor.
O vereador Everton Guimarães, que inicialmente propôs a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), recuou após diálogo com o prefeito e aguarda as respostas de dois requerimentos protocolados junto ao Executivo.
Enquanto isso, o município afirma estar prestando apoio às famílias e oferecendo esclarecimentos. Ainda assim, mães de alunos relatam desconfiança e sentimento de abandono. A mãe da vítima que originou a denúncia afirma que pouco foi feito na época em que ela buscou ajuda, e que a negligência agravou ainda mais a dor enfrentada pela família.
A comunidade agora aguarda os desdobramentos das investigações internas e o posicionamento definitivo do poder público.