O caso do agente de apoio da Secretaria de Educação de Cascavel, condenado a 30 anos de prisão por abuso sexual contra uma criança de 4 anos em um Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI), segue repercutindo e gerando cobranças por mais respostas. A sindicância aberta pela prefeitura para apurar a conduta interna no caso foi concluída e resultou na recomendação de um processo administrativo disciplinar contra a presidente da comissão interna que acompanhava o caso.
O protocolo de abertura da sindicância foi registrado em 23 de abril, e após 40 dias de trabalho, a comissão formada por profissionais de diferentes áreas entregou ao município um relatório com sugestões para aprimorar a investigação de casos semelhantes. A principal medida já acatada pela gestão municipal foi a abertura de um processo administrativo contra a presidente da comissão que, segundo o relatório, teria sido negligente mesmo tendo conhecimento das informações desde o início.
A comissão apontou que a falta de agilidade na condução do caso impediu o afastamento imediato do servidor, que continuou atuando normalmente por um período. O processo interno acabou sendo enviado à Corregedoria do município, mas, de acordo com o relatório, a ausência de um corregedor agravou a lentidão nas apurações. Por isso, foi recomendada a nomeação imediata de um novo responsável para a função.
Entre as demais recomendações feitas pela sindicância estão: o acompanhamento direto de secretários municipais em casos envolvendo servidores sob investigação, principalmente em crimes de natureza sexual; e o envio do relatório ao Ministério Público para ciência e providências.
Na Câmara de Vereadores, o presidente da Casa afirmou que os parlamentares devem decidir sobre a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) após a leitura e análise do conteúdo do relatório da sindicância, que ainda não foi oficialmente divulgado.