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Conselho Universitário da UEL aprova diplomação póstuma de estudante morta em 2023

Aprovação do Conselho Universitário honra a memória de Júlia Garbossi, assassinada ao tentar defender colega
09 out 2025 às 08:05
Por: Assessoria de Imprensa
Foto: Reprodução/ Redes Sociais

No último dia 3 de setembro, quando completaram dois anos do atentado feminicida a três estudantes da Universidade Estadual de Londrina (UEL), deixando duas vítimas fatais, o Conselho Universitário aprovou a diplomação póstuma de Júlia Beatriz Garbossi. A jovem cursava o quinto semestre de Ciências Sociais quando foi brutalmente assassinada pelo stalker de sua colega de casa. O jovem Daniel Takashi Suzuki Sugahara também teve a vida ceifada pelo feminicida.


O pedido de diplomação póstuma de Júlia foi feito por Néias – Observatório de Feminicídios de Londrina e Lesfem (Laboratório de Estudos de Feminicídios). No entendimento das organizações, alinhadas a classificações de organismos internacionais, Júlia foi vítima de feminicídio por conexão. Ela tinha 23 anos.

Júlia, embora não fosse o alvo do feminicida, foi esfaqueada por ele ao tentar socorrer sua colega de casa. A morte de uma mulher presente no local de um ato feminicida perpetrado contra outra mulher é caracterizada por alguns organismos internacionais como ‘feminicídio por conexão’, classificação que, embora não adotada pelo Ministério Público local, vem sendo defendida por ativistas e pesquisadoras”, explicam as organizações.


Tanto Néias quanto Lesfem atuam na produção de ações de enfrentamento à violência feminicida em Londrina e região e têm, dentre seus objetivos, a busca por restituição de direitos das vítimas e seus familiares, assim como garantir que a memória das vítimas de feminicídio seja honrada.


“Com a diplomação póstuma buscamos não apenas lembrar que a ausência de Júlia é profundamente sentida nessa instituição, mas também que alguns de seus sonhos e lutas, que emergiram durante a realização do curso, não sejam esquecidos. Também consideramos esse ato como um gesto de acolhimento de seus pais, que acompanharam a dedicação de Júlia à universidade”, pontua Martha Ramirez-Gálvez, presidenta de Néias.

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“Ante toda a tristeza dos fatos”, destaca a antropóloga, também docente da UEL, "a diplomação póstuma deixará posto que sua vida ceifada aos 23 anos nos impulsiona no caminho da mudança social que buscamos, para que todas as meninas e mulheres estejam seguras, mudança na qual a universidade tem papel importante”.

Direito e reparação

Fundadora de Néias e coordenadora do Lesfem, Silvana Mariano, docente da UEL, defendeu a diplomação durante a sessão do Conselho Universitário. Para ela, a busca por reparação representa uma forma de “pensar a justiça para além do Judiciário. Pensar como cada uma das instituições tem o dever de promover o que é justo, promover uma vida justa, que é também livre de violência e livre do medo.”


Silvana destacou como as mulheres convivem com o medo, inclusive dentro das próprias casas. “Júlia estava dentro de sua casa. Ela nem era o alvo de seu algoz; foi uma vítima indireta do feminicídio. Ela vivia com uma colega que ousou desafiar essa sociedade patriarcal e dizer ‘não’ aos interesses e desejos sexuais e amorosos do feminicida. Ele invadiu a casa e matou quem estava na frente, Júlia e Daniel”, pontua.


Para a docente, medidas como a diplomação póstuma são formas de pensar na promoção da justiça pela perspectiva do direito à memória e à verdade. “Isso passa por nomear esse crime como feminicídio e reconhecer e dar lugar na nossa memória coletiva a essas vítimas. Quando criamos memória coletiva transformamos perdas individuais em consciência social. Esta é a nossa possível contribuição contra a naturalização desse poder masculino que ainda nos atravessa”, finaliza.


Outras homenageadas


Para Néias, a aprovação da diplomação póstuma de Júlia Garbossi é uma forma de honrar, também, a memória de outras mulheres integrantes da comunidade universitária da UEL vitimadas pelo feminicídio:


  • Andreia de Jesus Cabra, 21 anos, estudante de Serviço Social, assassinada com sua namorada, Rúbia Graziele de Almeida, 19 anos, em 2004;

  • Tathiana Name Colado Simões, 35 anos, mãe de um filho de 3 anos, estudante de pós-graduação, assassinada em 2012;

  • Lua Padovani, artista e estudante de Artes Visuais, desaparecida e encontrada cerca de 30 dias após seu provável assassinato, em 2017;

  • Sandra Mara Curti, 43 anos, funcionária da Clínica Odontológica da UEL, mãe de dois filhos, de 8 e 12 anos, assassinada pelo ex-companheiro em 2020.

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