No segundo dia de greve das professoras dos CEIs (Centros de Educação Infantil) em Londrina, representantes do Sinibref (Sindicato Interestadual das Instituições Beneficentes, Religiosas e Filantrópicas) se reuniram na tarde desta quarta-feira (14) com representantes da Secretária Municipal de Gestão Pública na tentativa de colocar fim à paralisação.
A diretoria do Sinibref alega que o movimento é considerado
ilegítimo e que o Sinpro (Sindicato dos Professores), não teria entrado em
contato para tentar um acordo. Porém, o
sindicato que representa os professores dos CEIs (Centros de Educação Infantil)
afirma ter enviado um relatório de reajuste salarial para Secretaria de
Educação e Gestão Pública no dia 5 de maio deste ano.
A principal motivação para a greve é o reajuste salarial
dos professores e a disparidade de valores entre as profissionais das unidades
filantrópicas e as professoras concursadas.
Em Londrina, existem dois
tipos de instituições que atendem a rede municipal de ensino. Os CMEIs (Centros
Municipais de Educação Infantil) e os CEIs, que são administrados por entidades
filantrópicas e mantém um acordo de cooperação com a Prefeitura - a
verba do município é utilizada para pagamento dos profissionais, alimentação
das crianças e a manutenção da estrutura da unidade. Os professores que trabalham nos CMEIs são
concursados e recebem R$ 4,8 mil. Já os professores das instituições
filantrópicas ganham R$ 2.190.
A prefeitura informou que fará o reajuste dos repasses em
4,77%, levando em consideração o INPC (Índice Nacional
de Preços ao Consumidor). Porém como o valor não foi previsto
pela gestão anterior, a administração precisou remanejar o orçamento. “O
município não está apenas concedendo o índice, como também vai fazer o
pagamento retroativo pelos meses anteriores desde o início do ano. E aí, com
esse índice, a gente espera que a entidade consiga fazer as adequações
necessárias para atender os professores através da convenção coletiva de trabalho”,
declarou Leonardo Carneiro.
Ainda não há um prazo para o repasse, mas a prefeitura
iniciou os trâmites legais no início desta semana. O reajuste deve impactar o
orçamento municipal em R$ 3,6 milhões por ano. O poder público afirmou que realizará
fiscalizações nas unidades para verificar se estão cumprindo a liminar que
prevê que 60% do efetivo siga trabalhando.
A prefeitura informou ainda recebeu boletins de ocorrência,
em que profissionais das unidades pedem a presença da guarda municipal nas
instituições. O sindicado patronal garantiu que se as instituições não seguirem
a liminar, o Sinpro pode ser penalizado com multa diária de R$ 5 mil.