A mãe de Lucas Artur Euclides, de 30 anos, assassinado a tiros no último sábado (14) no Conjunto Cafezal, na zona sul de Londrina, usou as redes sociais para desabafar após o principal suspeito do crime prestar depoimento à polícia e ser liberado para responder em liberdade. Abalada, Lucélia Mônico afirmou que se sente injustiçada com a decisão e disse viver com medo enquanto o acusado estiver solto. “Ele me matou junto com meu filho”, declarou.
O suspeito do homicídio é Valdenir Renê Aparecido Campanini, de 54 anos, conhecido como “Val da Gaiola”. Ele compareceu à Delegacia de Homicídios na tarde de segunda-feira (15), acompanhado por dois advogados e um amigo. Durante cerca de 40 minutos de depoimento, Valdenir optou por permanecer em silêncio e não apresentou a arma do crime. Na saída, ele e os advogados não falaram com a imprensa.
Segundo a investigação policial, o assassinato ocorreu após uma discussão nas proximidades de um bar, na Rua Presidente Abraham Lincoln. Imagens de câmeras de segurança mostram o momento do desentendimento entre a vítima e o suspeito, a saída de Valdenir do local e o retorno poucos minutos depois. De acordo com a Polícia Civil, ele teria ido até a própria casa buscar a arma e voltou em menos de sete minutos, já com a intenção de matar.
Lucas Artur Euclides tentou se aproximar do agressor para evitar os disparos, mas acabou sendo atingido por três tiros, dois no tórax e um no abdômen. A perícia apontou que o suspeito ainda tentou efetuar outros dois disparos, mas a arma falhou. A vítima morreu no local e deixou pais idosos e um filho de seis anos.
Em seu desabafo, Lucélia Mônico descreveu o filho como um “menino de ouro” e demonstrou revolta com a sensação de impunidade. “Eu posso deixar o meu filho no cemitério e tenho que aceitar o tempo que a justiça será feita, se é que vai ser feita. Eu não vou viver em paz enquanto ele estiver nas ruas”, afirmou.
O caso é investigado como homicídio qualificado, crime cuja pena pode chegar a até 30 anos de prisão. A Polícia Civil segue com o inquérito e há expectativa de que a Justiça decrete a prisão preventiva do suspeito, principalmente pela gravidade da execução e pelo fato de a arma do crime não ter sido entregue.