Uma consulta realizada no aplicativo Menor Preço na sexta-feira (23) revelou que os preços da gasolina em Arapongas e Apucarana apresentam diferenças significativas. Em Arapongas, o litro da gasolina comum varia entre R$ 5,42 e R$ 6,05, uma média de R$ 5,73. Já em Apucarana, o preço é mais alto e varia entre R$ 5,63 e R$ 6,59, uma média de R$ 6,11 o litro.
Essa variação de valores entre os municípios é percebida há tempos por moradores que afirmam que, nos últimos meses, os preços recuaram em Arapongas, enquanto em Apucarana permanecem estagnados.
O economista Marcelo Vargas, professor da Universidade Estadual do Paraná (Unespar), destaca que a diferença de preço da gasolina comum entre os municípios vizinhos pode ser explicada por fatores econômicos, incluindo a vinculação a diferentes distribuidoras e o custo do transporte.
"Claro, a gente precisaria talvez fazer uma pesquisa nos postos, né? Mas, por Arapongas ser vinculada a Londrina, acredito que os postos comprem, combustível das distribuidoras de Londrina. Em contrapartida, a Apucarana é vinculada a Maringá, de alguma forma. E acredito que os postos comprem o combustível de Maringá. Os preços das distribuidoras de Londrina podem ser diferentes dos preços das distribuidoras de Maringá", acredita.
Vargas aponta ainda outro fator possível que é a concorrência entre os postos em Arapongas pode levar a uma variação menor nos preços dos combustíveis. Outro fator que pode influenciar os preços é a possibilidade de um cartel entre os postos. Nesse caso, os postos se juntam para manter preços semelhantes, o que pode resultar em preços mais altos.
Para o economista Paulo Cruz, professor da Unespar, o mercado local pode estar apresentando características específicas devido à falta de reação à queda dos preços, principalmente em Apucarana. Algumas possibilidades incluem tendência de monopólio com baixa concorrência, com poucas empresas dominando os preços; demanda estável, permitindo que os preços se mantenham no limite e a venda para fora do município, o que ajuda a segurar a demanda e manter o valor.
"De toda forma, cedo ou tarde, os impactos chegarão ao mercado local, promovendo um novo rearranjo nos preços locais. Isto tende a se dar por impactos externos, nacionais e por impactos dos consumidores locais que passam a buscar o produto nos municípios vizinhos, sinalizando a necessidade de novo reequilíbrio entre produtores, os intermediários da cadeia e os consumidores. Nem sempre a lei da oferta e da procura aqui é definidora e suficiente para o equilíbrio do processo", conclui Cruz.
O gerente de um posto de combustíveis de Apucarana, Vilson Kozan, explica que há empresas sem bandeira e bandeiradas, ou seja, que operam sob a marca de uma distribuidora, como Petrobras, Shell, Ipiranga, entre outras. Isso significa que o posto tem um contrato de exclusividade com a distribuidora para adquirir combustíveis apenas dessa empresa, garantindo padrões de qualidade e serviço. E segundo Kozan, os postos bandeirados, têm um custo adicional devido à marca e ao marketing.
Ele também elenca outros fatores que impactam no preço do combustível como o custo do frete e do transporte do combustível, que pode variar dependendo da distância e do local de origem, e a estrutura oferecida pelo estabelecimento.
Com informção de TNOnline